A Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, anunciou que irá ouvir os familiares das vítimas do acidente que resultou na morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek em 1976, antes de decidir sobre a reabertura das investigações. A decisão foi tomada durante a 3ª Reunião Ordinária do colegiado, realizada no dia 14 de fevereiro.
A comissão pretende dialogar com as famílias do ex-presidente e de Geraldo Ribeiro, seu motorista e também vítima do trágico evento. O objetivo é reunir informações que envolvam a perspectiva das famílias antes de avançar com qualquer nova diligência. Assim que as conversas forem concluídas, a relatoria irá apresentar suas conclusões ao colegiado sobre como prosseguir com as investigações.
O comunicado da comissão destaca: "Assim como em todos os casos analisados pela CEMDP, é essencial que as famílias diretamente interessadas sejam consultadas para participarem do processo".
Nessa reunião, foi ressaltado que não existe prazo decadencial para a análise de eventos que têm uma repercussão histórica. A relatora das investigações preliminares, Dra. Maria Cecília Adão, decidiu incluir na investigação o nome de Geraldo Ribeiro, considerando-o uma vítima do acidente. A complexidade jurídica do caso motivou a designação de um segundo relator, Dr. Rafaelo Abritta, que atuará em conjunto com a Dra. Maria Cecília.
O pedido para a reabertura da investigação foi protocolado logo após a reinstalação da CEMDP, sendo uma iniciativa do ex-vereador Gilberto Natalini, ex-presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, e do jornalista Ivo Patarra. Juscelino Kubitschek, conhecido como JK, faleceu em 22 de agosto de 1976, em um acidente de trânsito na Rodovia Presidente Dutra, uma importante via que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. O Chevrolet Opala que transportava JK colidiu com um caminhão após invadir a pista contrária.
Em análises anteriores, como o inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF)Opala.