A época de volta às aulas é um momento ideal para os pais ensinarem seus filhos sobre controle de gastos e consumo consciente. O retorno às aulas pode gerar ansiedade entre as famílias devido à longa lista de materiais escolares exigidos por muitas escolas, e as prateleiras das lojas estão repletas de produtos que atraem o consumismo infantil.
Renata Watanabe, diretora de risco da DM, um grupo especializado em gestão de crédito, ressalta que este período pode ser aproveitado para iniciar conversas sobre o uso inteligente do dinheiro. "Para os pais, pode parecer mais prático não levar os filhos às compras, mas para as crianças, é extremamente importante e gratificante escolher o que utilizarão ao longo do ano letivo. Essa é uma oportunidade para os pais introduzirem temas de educação financeira, explicando conceitos como preço, limites de gastos e prioridades nas compras", afirma.
Uma estratégia recomendada por Watanabe é perguntar aos filhos quais produtos desejam. "Se a criança desejar uma mochila muito cara, incentive-a a procurar alternativas mais acessíveis. Ela precisa entender que dinheiro é um recurso limitado e que fazer uso consciente requer escolhas inteligentes", sugere.
Além disso, itens que não são essenciais, como canetas com diversas cores ou cadernos decorados, podem ser substituídos por opções mais práticas. "O mercado oferece produtos que atraem a atenção das crianças, por isso é crucial que os pais conversem com elas sobre a real necessidade de tais itens. Uma dica é anotar o produto desejado e, após algumas semanas, perguntar se essa vontade ainda persiste. Se não, é melhor deixar de lado", orienta Watanabe.
Renata também enfatiza a importância de ensinar as crianças a pesquisar preços em diferentes estabelecimentos, tanto físicos quanto online. "Participe desse processo com elas, comparando preços e destacando que a opção mais barata pode ser a melhor escolha. Isso ajudará as crianças a valorizar o que compram e a cuidar dos produtos por mais tempo", diz.
A DM criou um projeto chamado Contaí, que tem como objetivo ajudar as crianças de São José dos Campos (SP) a desenvolverem uma relação saudável com o dinheiro. Este projeto começou com uma série de livros digitais sobre educação financeira e atualmente inclui até um jogo de cartas que aborda questões relacionadas ao dinheiro.
Os livros contam a história de Cauã, um garoto de 12 anos que sonha em ter um celular novo. Ele encontra uma chance de participar de um concurso municipal cujo prêmio é um aparelho de última geração. O concurso é voltado para a educação financeira, e isso incentiva o jovem a refletir e pesquisar sobre o uso consciente do dinheiro. A série, desenvolvida pela DM, é escrita por Stefânia Andrade e ilustrada por Ana Baccaro. Os livros tratam de temas como hábitos de consumo, controle de gastos, empreendedorismo e doação de itens que não são mais utilizados.
Watanabe acredita que a educação financeira direcionada ao público jovem não apenas torna as crianças em adultos mais conscientes, mas também as capacita a influenciar positivamente pais e familiares a manterem uma relação mais saudável com o dinheiro. "Ao ensinar finanças desde cedo, estamos criando uma nova geração mais consciente sobre suas escolhas financeiras", conclui.
