O governo dos Estados Unidos anunciou a ordem para que mais de meio milhão de imigrantes com permissão de residência temporária deixem o país ou enfrentem deportação. A decisão, que foi divulgada no início de abril de 2025, afeta especialmente cidadãos de Cuba, Venezuela, Haiti e Nicarágua, em um contexto de endurecimento das políticas migratórias sob a administração Trump.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) confirmou a medida e ressaltou a utilização de um novo aplicativo, o CBP Home, permitindo que os imigrantes organizem sua saída de forma voluntária. Aqueles que não atenderem à ordem podem ser deportados e, eventualmente, ter a proibição de retornar aos Estados Unidos.
A revogação da permissão temporária de residência está alinhada com uma estratégia mais ampla do governo Trump, que busca reverter as políticas de imigração implementadas durante a administração de Joe Biden, as quais visavam proteger imigrantes provenientes de países em crise. De acordo com o governo atual, a política de permissão temporária teria sido um abuso das normas humanitárias existentes.
Os imigrantes afetados enfrentam um cenário de incerteza. Muitos estabeleceram suas vidas nos Estados Unidos, contribuindo significativamente para a economia local. Guerline Jozef, diretora executiva da Haitian Bridge Alliance, expressou sua preocupação, afirmando que essa medida "está tirando o sustento de milhares de pessoas que estão aqui legalmente, tornando-as indocumentadas e colocando suas vidas em risco". Além disso, empresas como Amazon e Honda, que dependem da mão de obra desses trabalhadores, também podem ser impactadas pela decisão.
A decisão gerou reações polarizadas. Apoio a esta política de imigração vem de defensores da agenda de Trump, que consideram a medida como um cumprimento de promessas feitas durante a campanha eleitoral. Porém, críticos apontam que a decisão ignora as realidades humanitárias com as quais os imigrantes lidam diariamente. A organização Welcome.US, que presta assistência a refugiados, incentivou os afetados a buscar aconselhamento jurídico, destacando a urgência e a gravidade da situação.
A determinação da administração Trump levanta questões fundamentais sobre os direitos dos imigrantes e a responsabilidade governamental em proteger aqueles que buscam refúgio. A expectativa é que esta ordem seja contestada nos tribunais, em razão de sua natureza controversa e do amplo impacto sobre as vidas de milhares de pessoas.
Os imigrantes que receberam a notificação têm até o dia 24 de abril para deixar os Estados Unidos, a menos que consigam obter um novo status migratório. O DHS enfatizou que a permissão temporária é, por definição, uma autorização de curto prazo. O não cumprimento dessa ordem pode levar à deportação, um risco que muitos desses imigrantes não estavam preparados para enfrentar.
A situação atual é um reflexo da complexidade das políticas de imigração nos EUA e dos desafios significativos enfrentados por aqueles que buscam uma vida melhor. A crescente pressão sobre imigrantes destaca a necessidade urgente de um debate mais amplo sobre imigração e direitos humanos, buscando soluções que respeitem a dignidade e a segurança das pessoas em busca de asilo.