O cardeal italiano Angelo Becciu, de 76 anos, reafirmou seu descontentamento ao anunciar a desistência de participar do conclave que escolherá o próximo papa da Igreja Católica. Essa decisão, comunicada oficialmente, marca um ponto de virada na sua relação com o Vaticano, especialmente após ter sido condenado por peculato e perder privilégios clericais sob a liderança do Papa Francisco.
A declaração de Becciu vem na sequência de uma semana cheia de tensão, onde o cardeal tentou pressionar a cúpula da Igreja para sua inclusão na votação que acontecerá em 7 de maio. Em um comunicado enviado à Agência France Presse (AFP) por seu advogado, Becciu expressou: "Decidi obedecer" à decisão da Igreja, uma escolha que ele afirmou ser em nome do bem da instituição religiosa.
Becciu, que já foi uma figura de destaque no Vaticano como conselheiro de Francisco, estava em uma posição promissora antes de seu escândalo. Considerado um provável candidato ao papado, sua carreira teve uma drástica reviravolta em virtude de um caso envolvendo um escândalo imobiliário em Londres, o que resultou em sua condenação e em um ostracismo clerical severo.
"Com o bem da Igreja no coração, à qual servi e continuarei servindo com fidelidade e amor, decido obedecer como sempre fiz", declarou Becciu. Sua decisão de se retirar do conclave objetiva preservar a comunhão e a serenidade dentro da Igreja durante esse processo delicado de seleção de um novo papa.
A desistência de Becciu tem um impacto significativo no conclave. A tensão gerada por sua insistência em participar, mesmo não estando entre os cardeais eleitores oficiais, agora se dissipa, permitindo que o processo entre em uma nova fase que promete menos conflitos.
O conclave de 2025 contará com a participação de 135 cardeais eleitores, que se reunirão para eleger o líder da Igreja Católica após a morte do Papa Francisco, prevista para ser em 21 de abril de 2025. Essa reestruturação pode favorecer um ambiente mais harmonioso, que Becciu desejou contribuir ao decidir se retirar, enfatizando seu compromisso com a Igreja em tempos difíceis.
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