Uma haitiana de 44 anos, identificada como Marie Ange Blaise, faleceu na sexta-feira (26) sob a custódia do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) no Centro de Transição de Broward, na Flórida. Os detalhes foram divulgados oficialmente nesta terça-feira (29), e a causa da morte ainda não foi informada. Blaise estava sob processo de deportação acelerada desde sua detenção em fevereiro, quando tentava embarcar em um voo das Ilhas Virgens Americanas para a Carolina do Norte.
A história de detenção de Marie Ange Blaise começou com sua entrada nos Estados Unidos em uma data e local não especificados, conforme relatado pelo ICE. Em fevereiro deste ano, ela foi interceptada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) ao tentar viajar entre os territórios americanos. Uma ordem de remoção acelerada foi emitida logo após a detenção.
Blaise foi transferida entre três instalações diferentes: uma em Porto Rico, um centro correcional na Louisiana, e finalmente para o Centro de Transição de Broward, que é operado pela empresa privada Geo Group Inc. sob contrato com o governo. Este centro é descrito como destinado a "detentos não criminosos e de baixa segurança."
O ICE confirmou a morte de Blaise, mas não forneceu informações preliminares sobre as causas. O consulado haitiano em Miami e o Departamento de Segurança Interna foram devidamente notificados. Até o momento, a Geo Group Inc., responsável pela administração do centro de detenção, não comentou sobre o incidente.
A morte de Marie Ange Blaise acontece em meio a críticas contínuas sobre as condições dos centros de detenção migratória nos EUA, que frequentemente enfrentam denúncias de superlotação e insuficiência em cuidados médicos. Dados não oficiais indicam que, em 2025, pelo menos outras duas mortes sob custódia do ICE foram registradas.
O consulado do Haiti em Miami está acompanhando o caso, mas ainda não compartilhou detalhes sobre possíveis ações diplomáticas. Organizações de direitos humanos, como a ACLU, que tradicionalmente têm clamado por maior transparência em mortes sob custódia, ainda não se manifestaram sobre esta fatalidade específica.
Vale destacar que o Centro de Transição de Broward já foi alvo de auditorias anteriores devido a supostas violações de protocolos sanitários durante a pandemia de Covid-19. Entre 2017 e 2021, 21 mortes registradas no ICE ocorreram em suas instalações, segundo dados já disponíveis.
Este caso se alinha a um contexto mais amplo de deportações que incluem a decisão recente de deportar três crianças cidadãs americanas, juntamente com suas mães hondurenhas. As ações estão em conformidade com políticas migratórias que priorizam deportações aceleradas, especialmente para indivíduos oriundos do Haiti e Honduras.
O caso Marie Ange Blaise levanta questões sérias sobre as condições nos centros de detenção e a abordagem mais ampla dos EUA em relação à imigração, colocando em questão como os direitos humanos são tratados sob tais circunstâncias.