O Adani Group, conglomerado indiano, **decidiu pausar negociações** com a israelense Tower Semiconductor para um projeto ambicioso de fabricação de chips no valor de **US$ 10 bilhões** na Índia. Essa decisão, conforme fontes próximas ao caso, se deu após uma avaliação interna que apontou incertezas relativas à demanda local e a insatisfação com a contribuição financeira da Tower.
O projeto, que foi inicialmente anunciado em setembro de 2024 e localizado em Maharashtra, tinha como objetivo a produção de **80.000 wafers mensais** e a criação de **5.000 novos empregos**. Essa iniciativa estava em linha com os esforços do primeiro-ministro **Narendra Modi** para transformar a Índia em um centro global de semicondutores. A suspensão das conversas aconteceu em abril de 2025, mas existe a possibilidade de que negociações sejam retomadas no futuro.
Fontes indicam que a direção da Adani considerou o projeto como **pouco viável** em termos comerciais, principalmente devido à incerteza na demanda por chips no país. O segmento automotivo, onde a Tower é especializada, lançou dúvidas sobre o futuro da parceria. “Foi uma decisão estratégica. Avaliaram e decidiram esperar,” afirmou uma fonte diretamente ligada ao projeto. A segunda fase do projeto, que visava aumentar a produção para 80.000 wafers mensais, dependia de compromissos financeiros mais robustos que não foram atendidos.
A Tower, que traria sua **expertise tecnológica** ao projeto, teria apresentado uma contribuição financeira que foi julgada insuficiente pela Adani. “Eles queriam que a Tower tivesse mais *skin in the game*,” revelou uma fonte. Embora as conversas estejam suspensas, a possibilidade de uma retomada é concreta, dependendo das condições do mercado e das futuras avaliações econômicas.
A pausa nas negociações representa um **revés significativo** para as ambições do governo Modi de atrair investimentos para o setor de chips, uma área que já recebeu bilhões em subsídios do governo. Até o momento, a Índia não possui uma fábrica de semicondutores em operação, apesar de aprovações recentes para iniciativas, como a da Tata-Powerchip. Especialistas alertam que a dependência de parcerias internacionais pode trazer desafios, exigindo um alinhamento claro de riscos e benefícios para que a Índia avance nesse setor estratégico.
A Tower, renomada fabricante de chips **analógicos e mistos**, enfrenta uma concorrência acirrada de gigantes do setor como TSMC e Samsung. Para a Adani, a entrada no mercado de chips representaria uma expansão estratégica, mas o conglomerado prioriza projetos que ofereçam retorno garantido. O governo de Maharashtra, por sua vez, ainda não comentou sobre a pausa nas negociações, mas continua oferecendo incentivos para atrair investimentos na tecnologia.
"A Índia ainda não possui uma fábrica operacional de semicondutores, apesar das esperanças depositadas em projetos significativos," destaca um analista do setor.