O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a nomeação de Gilberto Waller Júnior como novo presidente do INSS, em uma medida que visa reformular a gestão do órgão após um escândalo de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. A escolha foi feita no dia 1º de maio de 2025, em Brasília, com o objetivo de restabelecer a confiança nas operações do instituto.
O escândalo, cercado de desvio de recursos, resultou na queda do ex-presidente Alessandro Stefanutto. A operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União, expôs um esquema que causou prejuízos de aproximadamente R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. Este cenário exigiu uma resposta rápida do governo para restaurar a integridade do INSS.
Gilberto Waller Júnior, procurador federal com especialização em combate à corrupção e lavagem de dinheiro, foi escolhido por seu perfil técnico e sua experiência em gestão e auditoria. Essa decisão marca uma mudança na abordagem tradicional de seleção, uma vez que Lula decidiu quebrar a convenção de que a nomeação fosse feita pelo ministro da Previdência.
A ministra Gleisi Hoffmann saiu em defesa de Carlos Lupi, atual ministro da Previdência, destacando que não existem investigações formais contra ele. Apesar das interrogações sobre sua permanência no cargo, Hoffmann argumentou que as fraudes identificadas começaram em administrações anteriores, o que deve ser considerado na análise da situação atual.
A oposição, por sua vez, está mobilizada para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o propósito de aprofundar as investigações relativas ao escândalo. Gleisi, no entanto, defendeu a capacidade das investigações que estão em andamento, afirmando que a Polícia Federal e a Controladoria-Geral estão prestando contas de forma eficiente e que a CPI não traria informações adicionais significativas.
A nomeação de Waller Júnior para o INSS poderá trazer mudanças significativas na gestão do instituto, especialmente no que concerne à prevenção de fraudes. O desenrolar das investigações e a eventual criação da CPI poderão determinar o rumo futuro das políticas previdenciárias no Brasil, enfatizando a necessidade de reformas e de transparência no setor público.