Roma, 5 de maio de 2025 — O aguardado conclave de 2025 está prestes a começar na Capela Sistina, com um total de 138 cardeais eleitores abaixo de 80 anos, encarregados de decidir o futuro da Igreja Católica a partir de 7 de maio. Este evento, considerado o maior do século XXI, será crucial em meio a um cenário repleto de debates sobre as reformas implementadas pelo Papa Francisco e a possível necessidade de uma correção de rumo.
A eleição do Papa ocorrerá seguindo as diretrizes estabelecidas em 2022, onde será necessário obter dois terços dos votos para a escolha do novo líder da Igreja. Quatro votações serão realizadas diariamente até que um consenso seja alcançado. Após três dias sem um acordo, pausas para oração serão observadas. A tradicional fumaça, que sinaliza a decisão ao público na Praça São Pedro, será uma parte importante deste ritual, com a fumaça negra indicando a falta de uma decisão e a fumaça branca anunciando um Papa eleito.
O próximo Papa encontrará uma Igreja marcada por divisões internas entre reformistas e conservadores. O legado de Francisco, que se destacou ao promover a participação feminina e priorizar questões ambientais, enfrentou desafios internos significativos. A questão central que os cardeais debatem é se devem buscar um líder "carismático como Francisco" ou um "gestor pragmático", que possa eficazmente navegar entre as tensões existentes dentro da Igreja.
Embora o histórico de eleições papais indique que favoritos raramente são eleitos, quatro nomes se destacam como candidatos principais. Edward Pentin, autor do livro The Next Pope, mencionou cardeais que possuem perfis reformistas e de mediação como prováveis sucessores. A figura de Angelo Becciu, um ex-cardeal que foi condenado por corrupção, gera incertezas sobre sua participação no conclave.
Um dos legados de Francisco foi a nomeação de 14 mulheres para cargos de liderança no Vaticano, incluindo a primeira secretária-geral adjunta do Sínodo. A continuidade dessa agenda por seu sucessor é uma preocupação entre os analistas, que se questionam se o próximo Papa dará prioridade a essas inovações ou se fará um retorno às tradições anteriores.
Os especialistas estimam que este conclave durará entre 15 e 20 dias, divergindo sobre a possibilidade de surpresas em relação aos candidatos. A última vez que um favorito de fato venceu foi em 2005, com a eleição do Papa Bento XVI. Neste período, os vaticanistas estão acompanhando atentamente as discussões que ocorrem nas Congregações Gerais, onde já se registraram mais de 70 intervenções dos cardeais.