O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou um novo mapa-múndi invertido, com o Brasil posicionado no centro, o que gerou polêmica entre funcionários e especialistas da área. A iniciativa do órgão, segundo o presidente Márcio Pochmann, tem o intuito de fortalecer a liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais, como o BRICS e o Mercosul. Entretanto, a reação do sindicato dos funcionários do IBGE foi de forte crítica, apontando que a nova representação distorce a realidade e, portanto, compromete a credibilidade da instituição.
A proposta de criar um mapa-múndi com o hemisfério Sul no topo visa destacar a importância do Brasil no cenário internacional, principalmente em eventos como a COP 30, programada para 2025. Pochmann defende que essa estratégia é uma forma de enfatizar a participação do Brasil em diálogos globais relevantes.
Esta não é a primeira vez que o IBGE busca reposicionar o Brasil em mapas. Em abril de 2024, o órgão lançou uma versão tradicional do mapa-múndi, também com o país em destaque, que enfrentou críticas severas devido a erros técnicos significativos. Entre os problemas encontrados estavam informações erradas sobre períodos geológicos, o que levantou dúvidas sobre a precisão dos dados fornecidos pela instituição.
Em resposta à divulgação do novo mapa, o sindicato dos funcionários do IBGE emitiu uma nota de repúdio, alegando que a representação "artificial" do Brasil "no centro do mundo" é desprovida de respaldo técnico. A nota sublinha que essa distorção geográfica pode prejudicar a confiança do público no trabalho do IBGE, cuja missão é fornecer dados claros e fidedignos que são essenciais para o desenvolvimento do país.
O lançamento do mapa-múndi gerou intenso debate na sociedade sobre não apenas a representação geográfica, mas também sobre a imagem do Brasil no cenário mundial. Enquanto algumas vozes elogiam a ideia como uma forma inovadora de dar visibilidade ao país, outros argumentam que essa abordagem pode ser uma manobra política que desvia da verdadeira missão técnica do IBGE.
Esse debate reflete as tensões existentes entre a necessidade de promover o Brasil no exterior e a importância de preservar a integridade técnica das instituições científicas. Especialistas opinam que a credibilidade do IBGE deve permanecer em primeiro plano, destacando que, mesmo em campanhas de visibilidade, a precisão e a veracidade dos dados devem ser inabaláveis.