Milhares de cidadãos se reunirão na madrilena praça de Callao neste domingo, a partir das doze horas, para participar de uma manifestação sob o lema "Por uma Europa social e democrática". Este evento inspira-se em uma concentração similar realizada em Roma há alguns meses, que atraiu mais de 50.000 pessoas em um apelo ao orgulho de ser europeu.
A ação, promovida pela sociedade civil, compreende sindicatos, associações e intelectuais, e busca restaurar a confiança no sistema europeu e democrático, que enfrenta ameaças de tendências autoritárias, destacando a figura do novo presidente dos EUA e a agressão da Rússia. "Nunca a Europa e a democracia social estiveram tão ameaçadas nos últimos oitenta anos como hoje", afirmam os organizadores.
Com uma convocatória que enfatiza a importância da União Europeia como um projeto vital para a paz e a coesão social, os organizadores destacam que a hora de agir é agora. Eles fazem referência ao risco crescente que representam tanto Donald Trump quanto a ascensão da extrema direita, exigindo uma defesa corajosa dos valores europeus.
A jornalista Mara Torres será a mediadora do ato, que contará com discursos de líderes como Esther Lynch, secretária geral da Confederação Europeia de Sindicatos, e Elvira Lindo, escritora e colunista. Miguel Ríos também participará, interpretando o famoso "Himno de la Alegría" de Beethoven, que se tornou o hino oficial da UE.
Mais de cinquenta organizações já se uniram ao manifesto, incluindo a Agrupação Europeísta do Ateneu de Madrid e grandes sindicatos como UGT e CC OO. Entre os apoiadores, destacam-se figuras como o escritor Javier Cercas e a jornalista Nativel Preciado, que expressam um apoio amplio à causa.
No chamado por uma Europa unida, os organizadores apelam a todos aqueles que defendem a diversidade e os direitos humanos. Eles buscam proteção para um "modelo de democracia social", reafirmando sua posição contra qualquer tipo de intolerância, bem como contra a injustiça que o povo palestino enfrenta.
Uma pesquisa recente do instituto 40dB revelou que, embora os espanhóis mantenham uma forte identidade europeia, com uma média de 7,4 em uma escala de 0 a 10, há uma percepção crescente de que a União Europeia opera de maneira fragmentada, com 55,8% dos entrevistados acreditando que a UE atua “pouco ou nada unida”.