A recente tragédia causada pela dana em Valência trouxe à tona a questão da regularização dos imigrantes afetados, que devem ter o processo facilitado pelo Governo. Com o prazo de regularização extraordinária se encerrando, muitos imigrantes ainda enfrentam obstáculos burocráticos para comprovar sua situação.
A partir de agora, os imigrantes em situação irregular que habitam nos 83 municípios impactados pela dana têm até 14 de maio de 2025 para se cadastrar na iniciativa. O Governo ofereceu permissões de residência e trabalho válidas por um ano, podendo se estender por até cinco anos para familiares de vítimas fatais. Estima-se que cerca de 25.000 pessoas poderiam se beneficiar dessa medida, com um impressionante índice de 95% de aprovação até o momento.
No entanto, restam desafios significativos. Muitos imigrantes ainda lutam para comprovar sua condição de vítimas da tragédia, com a burocracia se tornando uma barreira adicional. Diversas ONG relataram que a falta de certificados de empadronamento pode deixar alguns imigrantes em um limbo, dependendo das atitudes de diferentes prefeituras, que variam em sua flexibilidade.
Com a situação crítica, a Oficina de Extranjería de Valência aceitou novos documentos provenientes dos municípios, como os chamados relatórios de residência efetiva. Contudo, a inconsistência entre diferentes prefeituras, algumas das quais negam esses certificados, tem causado preocupação entre os grupos de apoio. O governo deve, portanto, ampliar o prazo e considerar outros meios de prova, como atestados médicos ou testemunhos, para comprovar a situação dos imigrantes.
A dana evidenciou a luta compartilhada entre imigrantes e cidadãos espanhóis, revelando que ambos enfrentam problemas semelhantes. No entanto, viver em situação irregular ou trabalhar na economia informal apresenta barreiras que se tornam insuportáveis quando combinadas com a burocracia excessiva. A urgência de uma resposta mais flexible do Governo é clara, para que os direitos dos indivíduos não sejam menosprezados ou desconsiderados.
O governo deve entender que as administrações e suas normativas precisam se alinhar com a realidade dos cidadãos. Sem essa adaptação, muitos imigrantes continuarão a viver em condições que ferem sua dignidade e direitos humanos básicos. Após uma catástrofe que resultou em mais de 220 mortes, é vital que as soluções não sejam apenas anunciadas, mas efetivamente implementadas, assegurando a dignidade e o reconhecimento da existência desses indivíduos.