Divaldo Franco, renomado líder espírita, faleceu na noite de terça-feira (13) em Salvador, aos 98 anos. Sua vida foi marcada por experiências que moldaram não apenas sua trajetória, mas também a do espiritismo no Brasil. Nascido em Feira de Santana, na Bahia, em 1927, Divaldo revelou sua mediunidade desde muito jovem, quando começou a ter visões aos quatro anos.
A infância de Divaldo Franco foi repleta de dificuldades, principalmente devido à sua mediunidade. Caçula de uma família com 13 irmãos, suas visões eram frequentemente vistas como demoníacas, gerando um ambiente hostil. Seus familiares acreditavam que essas manifestações eram malignas, levando-o a ser agredido por causa delas. No entanto, isso não o impediu de continuar a ver e se comunicar com espíritos, incluindo uma importante figura de sua história, o espírito de Maria Senhorinha, que apareceu para ele na infância.
Além das dificuldades emocionais e físicas enfrentadas em casa, Divaldo também lutou contra a presença de um espírito obsessor que o perseguia desde os sete anos. Ele entendeu, ao longo de sua vida, que a raiva deste espírito estava ligada a desentendimentos em vidas passadas, saturando seu presente com desafios incomuns.
Um dos eventos mais traumáticos de sua adolescência foi a morte de seu irmão, José, devido a um aneurisma. A perda teve implicações graves na saúde de Divaldo, que, logo em seguida, passou a ter paralisia nas pernas, ficando acamado por seis meses. Médicos não encontravam uma explicação para sua condição até que uma mediadora, Dona Naná, identificou a situação como resultado do espírito perturbado de seu irmão, que o mantinha preso em um estado de angústia. Com sessões de oração, Divaldo recuperou a mobilidade e deu um novo rumo à sua vida.
Após sua recuperação, Divaldo se aproximou do espiritismo e, em 1945, mudou-se para Salvador, onde fundou, em 1952, a Mansão do Caminho, junto com Nilson de Souza Pereira. Essa instituição tornou-se um pilar fundamental para educar e acolher crianças em situação de vulnerabilidade. Sob sua liderança, a Mansão do Caminho cresceu, oferecendo educação, atendimento médico e programas de capacitação profissional.
Além de seu trabalho na Mansão, Divaldo Franco teve uma carreira prolífica como autor, escrevendo mais de 250 livros, muitos deles psicografados de espíritos que se tornaram seus mentores. Joanna de Ângelis foi uma de suas maiores influências, e seus escritos ajudaram a financiar a manutenção da instituição e disseminar o espiritismo.
Em 2019, sua vida foi retratada no filme "Divaldo: O Mensageiro da Paz", onde o ator Bruno Garcia interpretou o papel principal. O filme destacou as experiências marcantes de sua trajetória e seu impacto no movimento espírita brasileiro, ajudando a propagar suas mensagens de paz e solidariedade.
Divaldo Franco deixou um legado indelével, não apenas para o espiritismo, mas para a sociedade em geral. Suas contribuições continuam a ser uma fonte de inspiração e referência. Conheça mais sobre a vida e obra de Divaldo Franco, um verdadeiro mensageiro da paz.