Charter, uma das maiores empresas de cabo e broadband dos Estados Unidos, está planejando a compra da Cox, uma companhia menor, e apresentando essa fusão como uma iniciativa que irá "Fazer a América Grande Novamente". A abordagem tem como objetivo conquistar a simpatia do ex-presidente Donald Trump, que se tornou sinônimo da famosa frase de campanha.
Na perspectiva de antitruste, a fusão suscita questões, mas a Charter parece otimista. Ao enunciar sua proposta, a empresa afiança que a fusão trará "benefícios poderosos para trabalhadores, consumidores, comunidades e acionistas americanos". A empresa também promete entregar produtos de alto valor que economizem dinheiro das famílias americanas e trazer empregos do exterior, criando novas carreiras bem pagas para os empregados nos EUA.
O pronunciamento ressalta que a união das empresas "coloca a América em primeiro lugar" ao devolver empregos ao país e criar novas oportunidades. Além disso, a Charter enfatiza que a nova companhia se manterá na vanguarda da proteção das redes de comunicação dos Estados Unidos contra ameaças estrangeiras. Esse discurso claramente mira diretamente nas preocupações patrióticas que ressoam fortemente com a base de Trump.
Embora o projeto de fusão esteja sendo moldado para agradar o ex-presidente, cabe ressaltar que tal abordagem não é um fenômeno inédito. Anteriormente, a Charter já havia manifestado sua intenção de trazer de volta empregos de atendimento ao cliente que se encontravam terceirizados fora do país, uma promessa que havia agradado Trump em seu primeiro mandato, mesmo que se tratasse de planos anteriores à sua eleição.
Tradicionalmente, as grandes empresas fazem esse tipo de argumentação ao buscar a aprovação de fusões e aquisições, alegando a necessidade de competir com gigantes do setor. No entanto, a estratégia da Charter se destaca por sua explicitude em tratar a fusão como um ato «patriótico» em vez de apenas uma manobra econômica.
Ainda resta saber se essa tática será eficaz. O contexto regulatório atual mostra-se incerto, e não há indicativos claros de quais fusões serão aceitas como benéficas aos consumidores e qual legislação antitruste prevalecerá. Um concorrente da Charter até chegou a dizer: "É um comunicado de imprensa MAGA". Este comentário sugere que esse tipo de posicionamento pode ser uma boa estratégia, visto o cenário político atual.