Redução nas Mortes Violentas entre Jovens no Acre
Em 2023, o Acre registrou uma significativa queda nas mortes violentas entre jovens de 15 a 29 anos, conforme dados do Atlas da Violência. O número de assassinatos nessa faixa etária caiu para 100, representando uma redução de 10,7% em comparação com 2022, quando foram reportados 112 homicídios. O estudo, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), destaca essa tendência de queda, que é acompanhada por uma diminuição histórica nas taxas de homicídios.
Aumento nos Homicídios de Crianças
Apesar da redução nas mortes de jovens, um dado alarmante é o crescimento no número de homicídios entre crianças. Em 2023, o Acre registrou três mortes de crianças entre zero e quatro anos, um aumento de 50% em relação ao ano anterior. A taxa de homicídios nesta faixa etária é a terceira maior do Brasil, com 3,6 casos a cada 100 mil habitantes, ficando atrás de Roraima e Amapá.
Taxa Geral de Homicídios no Acre
No total, o estado observou 217 homicídios em 2023, uma diminuição de 8,8% em relação ao ano anterior. Essa redução representa o terceiro ano consecutivo de queda nos índices de homicídios no Acre. A maior parte das vítimas continua a ser masculina, totalizando 199 homens assassinados. A taxa de homicídios no Acre é de 23,7 por 100 mil habitantes, ainda acima da média nacional de 21,2.
Contexto Histórico das Estatísticas
O Atlas da Violência também analisou dados de cinco e dez anos, revelando uma redução de 47% entre 2018 e 2023. Não obstante, entre 2013 e 2023, a diminuição foi de 7,3%, sendo 2017 o ano com o pico histórico de 516 homicídios. Nos últimos anos, a taxa média de homicídios tem reduzido, embora a média de 23,7 permaneça ligeiramente acima da média nacional.
Violência contra as Mulheres
Em 2023, foram registrados pelo menos 18 homicídios de mulheres no Acre, o que representa uma queda em relação a 23 casos no ano anterior. A taxa de homicídios de mulheres no estado foi a menor em 10 anos, com 3,8 casos por 100 mil habitantes, apesar de ainda estar um pouco acima da média nacional. Tragicamente, 15 das 18 vítimas eram mulheres negras, levantando questões sobre as desigualdades raciais em relação à violência de gênero.
Observações Finais
Os dados apresentados pelo Atlas da Violência fornecem um panorama complexo da segurança no Acre, incomodando não apenas pela evolução nos números de homicídios entre jovens, mas também pela alarmante frequência de homicídios de crianças. Embora a redução geral em alguns índices sugira avanços, é crucial que as autoridades abordem de forma contundente as vulnerabilidades identificadas, especialmente em relação à violência contra as crianças e mulheres no estado.