O chanceler do Irã, Abbas Araqchi, assegurou que o país não recebeu qualquer proposta formal dos Estados Unidos para um acordo sobre seu programa nuclear. A declaração surge após o presidente americano, Donald Trump, afirmar que havia enviado uma proposta durante sua visita aos Emirados Árabes Unidos.
Araqhchi foi categórico em sua comunicação, expressando que não houve troca de propostas por escrito entre as nações, e que as informações recebidas são confusas e contraditórias. Ele reforçou que o Irã continua determinado a manter seus direitos, exigindo o fim das sanções como pré-condição para qualquer negociação. A mensagem foi divulgada em um post na rede social X, onde Araqhchi escreveu que, caso respeitem os direitos do Irã, um acordo é possível.
Durante sua estada nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Trump declarou que as autoridades iranianas receberam uma proposta após quatro reuniões mediadas por Omã. Ele alertou que o Irã precisa agir rapidamente, insinuando que a falta de ação poderia levar a consequências negativas.
Entretanto, o site americano Axios informou que a administração Trump teria enviado, de fato, um documento aos iranianos na última reunião, em Mascate. A situação de comunicação entre as partes não é nova, pois um episódio anterior envolveu Trump enviando uma carta a Teerã que inicialmente não foi reconhecida pelo governo iraniano como recebida.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Kazem Gharibabadi, revelou que diálogos com representantes da Alemanha, França e Reino Unido ocorreram em Istambul, focando nos avanços nas negociações e a potencial retirada de sanções. Gharibabadi mencionou que, se necessário, novas reuniões poderão ocorrer para dar continuidade às conversações.
As potências europeias mencionadas, que assinaram o acordo nuclear de 2015 ao lado dos EUA, China e Rússia, já estão buscando meios para revitalizar as conversas, especialmente após o abandono do acordo por Trump em seu primeiro mandato, resultando no restabelecimento de sanções severas ao Irã. Atualmente, o enriquecimento de urânio pelo Irã atinge níveis de 60%, enquanto o limite acordado era de 3,67%, o que aumenta as preocupações globais sobre uma possível arma nuclear.
A República Islâmica alega que seu programa nuclear é destinado a fins civis, e não demonstrará intenção de desistir do enriquecimento. Recentemente, Ali Shamkhani, conselheiro do guia supremo Ali Khamenei, afirmou que o Irã se compromete a não produzir armas nucleares e a limitar o enriquecimento ao nível requerido para finalidades civis, em troca da remoção imediata de todas as sanções econômicas que afetam a nação.