A Polícia Federal (PF) desarticulou uma quadrilha especializada em roubos violentos na região de Campinas, São Paulo, em uma operação realizada na quarta-feira (16). Durante a ação, 14 pessoas foram presas e a corporação obteve, na Justiça, o sequestro de bens avaliados em R$ 1,7 milhão, ligados às atividades ilícitas do grupo.
A investigação revelou que a quadrilha atuou em pelo menos 22 crimes entre 2023 e 2024, focando em roubos de cargas de combustíveis e bebidas. Mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram expedidos, totalizando 19 e 22, respectivamente, em diversos endereços de Paulínia, Campinas, Hortolândia e Limeira.
"O que nós queremos agora é, a partir dos celulares apreendidos, identificar quem são os receptadores. A quantidade de combustíveis e bebidas roubados indica que existe um grupo maior de receptação, com alto poder aquisitivo e capacidade de disfarçar a mercadoria", destacou o delegado geral da PF em Campinas, Edson Geraldo de Sousa.
Os investigadores descobriram que algumas adegas, a qual parte dos acusados fazia parte do quadro societário, estavam envolvidas em esquemas de lavagem de dinheiro e comércio de bebidas furtadas. A operação, chamada de Baiuca, em referência a estabelecimentos que atuavam na venda dos produtos roubados, envolve uma equipe de aproximadamente 120 policiais federais.
Os roubos eram organizados em grupos de três criminosos, que rendiam motoristas de caminhões durante o transporte ou em locais de descanso, mantendo as vítimas em cativeiro até a transferência da carga. A operação apurou delitos em diversas cidades, incluindo Americana, Cosmópolis, Jaguariúna, e cidade de Paulínia, onde a quadrilha tinha sua base.
Os investigados poderão enfrentar acusações por organização criminosa, roubo e lavagem de dinheiro, com penas que poderiam chegar a 40 anos de prisão. Dentre os mandados cumpridos, parte dos detidos já havia sido presa anteriormente por crimes semelhantes e tráfico de drogas, cujas ordens de prisão foram cumpridas em unidades prisionais em Tatuí, Limeira e Santa Paula.
A PF continua a investigação, visando mapear toda a estrutura de receptadores que sustentam essas atividades criminosas, que tem causado grandes perdas à industriária de transporte de cargas na região.
A investigação, que se iniciou em abril do ano passado, expôs a complexidade e a audácia dessa rede criminosa, reforçando a necessidade de um combate rigoroso ao roubo de cargas e as suas ramificações.