A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou um novo plano destinado a reduzir os acidentes de trânsito envolvendo motociclistas, em resposta a um aumento alarmante de vítimas. As medidas propostas incluem um limite de velocidade de 60km/h para motos e restrições de circulação em avenidas principais da cidade, além da expansão das motofaixas para 200 quilômetros até 2028.
A situação atual é preocupante: os hospitais públicos da cidade têm registrado mais de 80 motociclistas feridos diariamente nos primeiros meses deste ano. Segundo o prefeito Eduardo Paes, essa nova política de segurança visa acabar com as fatalidades que têm se tornado recorrentes. "Temos uma média de duas mortes por dia no trânsito do Rio, o maior número desde 2008. Não dá para colocar um guarda em cada esquina, então é crucial que a sociedade compreenda a gravidade do problema", afirmou.
O prefeito detalhou ainda que as motos não poderão circular a mais de 60km/h e que terão restrições de tráfego nas pistas centrais das avenidas Brasil, das Américas e Presidente Vargas, onde a fiscalização será eletrônica. Estima-se que o número de motofaixas aumente 33 vezes nos próximos anos, passando dos atuais seis quilômetros para uma rede de 200 quilômetros, que incluirá importantes rotas na cidade.
Durante o anúncio do plano, realizado no Centro de Operações Rio (COR), Paes enfatizou que o objetivo é não apenas reduzir o número de acidentes, mas também conscientizar motoristas sobre a importância de uma condução segura. A partir do próximo mês, as novas normas entrarão em vigor, e os motociclistas serão impedidos de trafegar pelas pistas expressas das avenidas citadas, obrigatoriamente utilizando as laterais.
A secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, destacou que a Avenida Presidente Vargas, em particular, apresenta um histórico alarmante de atropelamentos. "É fundamental que todos façam a sua parte". O plano recebeu apoio de representantes de plataformas de entrega, como iFood e 99, que se comprometeram a colaborar com o município em prol da segurança no trânsito.
Paes reiterou seu apelo por uma mudança de comportamento por parte dos motociclistas e entregadores: "Precisamos tomar medidas para melhorar essa situação. Aqui no Rio, é comum ver motos na contramão e sobre calçadas". A Prefeitura, em conjunto com esses aplicativos, planeja utilizar dados sobre acidentes e velocidade para desenvolver políticas públicas e campanhas educativas, bem como aplicar medidas punitivas a motoristas infratores.
Débora Gernon, do iFood, afirmou que a parceria com o município é vital para implementar iniciativas de segurança mais eficazes. Já Luciano Sabino, da 99, destacou a importância de uma abordagem colaborativa para a redução de acidentes. Os números dão conta da urgência da situação: em 2024, foram 19 mil atendimentos a vítimas de acidentes com motos, um aumento de 32% em relação ao ano anterior, com 723 mortes registradas no trânsito no ano passado, das quais 69% eram motociclistas.