Mulheres Buscam Autoconfiança e Segurança Através das Lutas
A procura de mulheres por aulas de luta em Itapetininga, interior de São Paulo, cresceu mais de 50% no último ano. A motivação principal varia entre o condicionamento físico e a autodefesa, especialmente diante do aumento de casos de violência contra o sexo feminino na região.
Tamires Cristine Eufrásio, instrutora de uma das academias locais, destaca a importância das técnicas de defesa pessoal, como chave de braço e outros golpes. Ela salienta que a prática de lutas não é apenas uma defesa física, mas também uma mentalidade contra a violência que se intensifica. "Infelizmente, a gente vê bastante aumento de violência, de abuso, então, elas querem estar preparadas", afirma Tamires.
Benefícios Além da Defesa Pessoal
A prática do jiu-jitsu, uma arte marcial que enfatiza a imobilização do oponente, também traz benefícios sociais. Ana Cláudia Rodrigues, assistente financeira e praticante, observa que as aulas permitem o surgimento de novos ciclos sociais, além de destacar a dica de que a mudança de postura traz segurança. "Quando a gente começa a praticar a arte marcial, a postura automaticamente muda, então, para um possível ‘predador’, quando ele vê que você tem uma postura que estar atenta, previne uma situação de possível abuso", explica.
Aumento da Violência e a Necessidade de Proteção
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, entre janeiro e dezembro de 2024, 35.590 mulheres foram vítimas de agressão registrada como lesão corporal dolosa. Esse número representa um aumento de 30% em relação a 2023, enquanto o feminicídio também cresceu, passando de 138 para 160 vítimas. Esses alarmantes dados ressaltam a urgência da necessidade de autodefesa e da busca por aulas de luta.
Histórias de Mudança e Motivação
Flávia Maximovitz, uma das alunas que se destacou, já conhecia o esporte por influência familiar e decidiu entrar em uma turma exclusiva para mulheres. "Traz mais autoconfiança, flexibilidade, alongamento, condicionamento físico. Eu perdi 5kg praticando", compartilha Flávia, ressaltando que aprendeu que "a técnica domina a força" e que saber se defender pode ser uma questão de sobrevivência. Para ela, o jiu-jitsu é mais do que um esporte; é uma ferramenta para salvar vidas.
Empoderamento através da Prática Marcial
As aulas de luta em Itapetininga não apenas ensinam autodefesa, mas também promovem empoderamento e saúde física, criando um ambiente onde mulheres se apoiam e se fortalecem. Assim, à medida que mais mulheres se inscrevem, a expectativa é que essa tendência continue a crescer, contribuindo para a construção de uma comunidade mais segura e solidária.