Carla Zambelli, condenada pelo STF, busca apoio da bancada do PL na Câmara. Reprodução: Globo
A deputada Carla Zambelli, do PL-SP, foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essa decisão provoca um impacto profundo na trajetória política da deputada, que, além da pena, deverá se tornar inelegível e perder seu mandato de forma automática, embora a bancada do PL busque defender sua permanência na Câmara.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, que antes contava com Zambelli como aliada, a considera culpada pelo fracasso nas urnas nas eleições de 2022. O clima entre os dois deteriorou-se especialmente após um incidente em que a deputada sacou uma arma em público, o que lhe custou o apoio de muitos correligionários. Ela, no entanto, afirmou ao portal g1 que ainda mantém um bom relacionamento com outros membros do partido, apesar do desgaste.
A condenação de Zambelli deve ser tratada pela liderança da bancada do PL, que, segundo o líder da matéria, Sóstenes Cavalcante, planeja arrastar o processo de cassação até 2026, o que permitiria que a deputada cumpra o restante de seu mandato. Os legisladores do partido acreditam que a decisão sobre a perda de mandato deve ser determinada pelo plenário da Câmara e não pela Mesa Diretora.
Mesmo diante de sua condenação, Zambelli se apresentou confiante em seu apoio na Câmara, alegando não se sentir isolada politicamente. Contudo, expressou descontentamento com a falta de apoio de alguns aliados, incluindo o deputado Zucco, líder da oposição e próximo de Bolsonaro, que, segundo Zambelli, não se manifestou em apoio à sua situação.
Com relação à sua situação jurídica, a deputada terá sua inelegibilidade estabelecida por oito anos após a publicação da decisão. A contagem começará a partir do cumprimento da pena, potencialmente afastando Zambelli da vida pública por pelo menos 18 anos. Ela ainda pode apresentar embargos de declaração contra a condenação.
O futuro político de Zambelli envolve planos para apoiar outros candidatos nas próximas eleições. Ela planeja lançar amigos e familiares, incluindo seu filho, que pode concorrer a um cargo após emancipação, uma vez que a Constituição exige que candidatos à Câmara tenham pelo menos 21 anos de idade. Zambelli enfatizou o desejo de ver uma pessoa com princípios semelhantes aos seus disputando uma vaga, mas reconhece os desafios jurídicos que enfrentará.