O influenciador Thiago Jatobá e um grupo de amigos geraram grandes controvérsias ao invadir a área restrita do Aeroporto Galeão. O grupo pulou uma cerca de arame farpado para filmar a partir de perto os pousos e decolagens, o que resultou em severas críticas de especialistas em segurança aeronáutica. O presidente da Associação Brasileira de Segurança de Voo (Abravoo), Joselito Paulo, alertou sobre os sérios riscos que essa ação representa, não só para os envolvidos, mas também para os passageiros e tripulantes dos aviões. Com a situação, a Polícia Federal iniciou uma investigação que pode levar a penas severas de acordo com o Código Penal.
Joselito Paulo analisou as imagens da invasão e comentou: "Colocaram em risco a vida deles e a de outras pessoas. De repente o comandante faz uma freada brusca, ao notar a presença dos rapazes, e causa um acidente maior. Se a torre identificasse a presença, teriam que reportar à administração e as operações seriam paralisadas".
A investigação da Polícia Federal busca entender a gravidade do ocorrido. Jatobá, conhecido por postar vídeos sobre bodyboarding e outros esportes, decidiu desafiar as normas ao saltar a divisória de mais de três metros, que protege a área restrita. Ele chegou a compartilhar em suas redes sociais a invasão, mas seu perfil, que contava com mais de 546 mil seguidores, foi suspenso.
Em um trecho do vídeo, ele declara: "Vamos tentar assistir a uma decolagem bem na pista do avião", seguido de uma comemoração com a frase: "Entramos no aeroporto!" Durante a gravação, pode-se ver o jovem registrando pousos e decolagens enquanto estava no gramado próximo à ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
De acordo com o artigo 261 do Código Penal, a ação pode ser classificada como "expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir, ou dificultar, navegação marítima, fluvial ou aérea", podendo resultar em reclusão de dois a cinco anos. A concessionária RIOgaleão se pronunciou e garantiu que está colaborando com as investigações, além de tomar as medidas cabíveis para assegurar a segurança no local, destacando que invasões desse tipo são tratadas como violação grave das normas de segurança da aviação.
Ao serem questionados sobre as medidas de segurança do aeroporto, foi informado que o terminal segue rigorosamente as normas nacionais e internacionais de segurança da aviação civil, passando por auditorias regulares pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e outros órgãos competentes. Embora a área disponha de controle de acesso e vigilância contínua, os detalhes operacionais são considerados sigilosos e não podem ser divulgados.
A Polícia Federal está empenhada em apurar todos os detalhes do incidente e identificar os responsáveis por esse ato, que é considerado um verdadeiro atentado à segurança da aviação. O jornal O GLOBO tentou entrar em contato com Thiago Jatobá para obter sua versão sobre o ocorrido, mas até o fechamento dessa reportagem não obteve retorno.