Estado do Toro na Feira de Abril Revela Preocupações

Por Autor Redação TNRedação TN

Morante de la Puebla retoma sua carreira com grande inspiração na Feria de Abril. Legenda da imagem. Reprodução: El País

Decadência do Toro na Feria de Abril

No último evento da Feria de Abril, o público de Sevilha enfrentou uma realidade inquietante sobre o< strong>status do toro. O famoso "toro de Sevilla" já não possui a mesma presença e força que antes; agora, muitos se apresentam com características de um novilho, pensados mais para o deleite dos torcedores do que para o desafio tradicional esperado nas corridas de touros.

O torero Morante de la Puebla, que se destacou na corrida do dia 1 de maio, trouxe alívio e esperança ao público ao afirmar que havia superado suas dificuldades pessoais e estava de volta ao ambiente taurino. Sua aparição, assim como a de outros torcedores, como David de Miranda, foi celebrada, mas deixou a pergunta: o que realmente aconteceu com a qualidade dos touros?

Impacto do Público e da Autoridade

As corridas contaram com um total de 28 orejas em 16 dias de festividades, mas isso não esconde o descontentamento em relação ao estado atual do toro em La Maestranza. A perda do caráter tradicional do toro também se reflete na falta de uma crítica mais rigorosa do público e na postura mais permissiva dos presidentes dos palcos. "O rigor caiu, e o público que antes era sábio e severo agora se tornou complacente", ressalta o comentarista especializado em touros.

Os organizadores e autoridades parecem perdidos, em meio a um regulamento que deveria garantir a integridade da tradição taurina, mas que, na prática, parece ter pouco efeito. A pressão exercida pelas estrelas do touro e pela apatia política têm minado a essência de um espetáculo que outrora exigia mais dos touros, e essa complacência afeta diretamente o espetáculo.

O Efeito do Álcool no Comportamento do Público

Outro fator que tem chamado a atenção é a crescente presença do álcool nas praças de touros. Embora o fumo tenha diminuído, o consumo de bebidas espirituosas, como o gin tônico, aumentou, afetando o comportamento de muitos dos que assistem aos espetáculos. A zombaria durante as apresentações, geralmente sem fundamento, tem crescido, criando um ambiente de desrespeito que prejudica a experiência taurina.

A legislação vigente proíbe a venda e o consumo de álcool em locais que realizam eventos esportivos, gerando uma certa controvérsia sobre a flexibilidade nas praças de touros. "Embora esses eventos raramente resultem em distúrbios, a venda de álcool atrapalha a concentração e a vivência do espetáculo para muitos", argumentam críticos.

Desempenho dos Touros

Entre os touros apresentados, muitos desfigurados e sem força, poucos se destacaram com bravura e casta. A corrida de Juan Pedro Domecq foi considerada uma das melhores do ciclo, mas os críticos apontam que isso ocorreu devido a uma excessiva amabilidade, o que contraria a intenção de uma experiência verdadeira que todos esperariam de um evento desse porte.

Com um par de exceções de touros como "Mosquetón" de Victorino Martín, e "Anárquico" de Santiago Domecq, que receberam reconhecimento por sua qualidade, muitos dos touros têm se tornado meras sombras do que se espera em Sevilha, sendo criados apenas para provocar a emoção comparativa de um espetáculo frágil.

Expectativa para o Futuro

A esperança, porém, permanece. Crê-se que Morante, David de Miranda e outros torcedores possam continuar elevando a qualidade dos espetáculos nas corridas de touros. A tradição taurina e a qualidade do toro devem ser redescobertas, e as agências incentivadoras da cultura taurina têm um papel crucial nesta reinvenção.

Tags: Touros, Feria de Abril, Taurina, Sevilha, Espetáculos Fonte: elpais.com