Tarifas de Transporte em Queda
O governo do Rio de Janeiro anunciou um plano para reduzir as tarifas de metrô e trens para R$ 4,70, mesmo enfrentando um déficit orçamentário de R$ 14,6 bilhões em 2023. Essa medida, que custará R$ 300 milhões em 2023 e estimados R$ 500 milhões em 2026, visa aumentar o número de passageiros e aliviar o tráfico nas cidades.
Expectativa de Aumento no Número de Passageiros
Segundo o secretário de Transportes, Washington Reis, a redução das tarifas pode atrair cerca de 500 mil novos usuários diariamente. Com isso, o número de passageiros do metrô poderia elevar-se de 650 mil para 900 mil, enquanto o de trens passaria de 358 mil para 600 mil. Reis afirmou que, apesar da situação financeira do estado, “é pouco dinheiro diante do benefício” que a medida traria.
Desafios Orçamentários e Estruturais
A proposta de ajustar as tarifas depende da assinatura de um decreto pelo governador Cláudio Castro. No entanto, o cenário econômico preocupa, já que a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) já aprovou a reestruturação do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP), que pode ser usado para subsidiar a nova tarifa. "Pode ser que diminua o rombo. Mas, de qualquer jeito, o estado vai fechar com mais de R$ 5 bilhões no vermelho", ponderou o deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha.
Impacto na Qualidade dos Serviços
Além da redução tarifária, especialistas alertam para a necessidade de melhorias na qualidade do serviço. A pesquisa da FGV Transportes revela que 40% dos usuários consideram a mobilidade urbana no Rio ruim ou péssima e a nota média da cidade é de apenas 4,6 em uma escala de 0 a 10, a mais baixa entre três grandes capitais analisadas.
Betting on Trens e Metrô
A FGV também aponta que o MetrôRio ainda opera sem subsídios do governo, o que contribui para suas tarifas elevadas, sendo as mais altas do Brasil. O deputado Luiz Paulo sugere que o estado deve seguir o modelo das barcas, investindo na operação e mantendo o controle da bilhetagem, facilitando a redução dos preços.
Resultados em Niterói
O exemplo de Niterói, que subsidia a tarifa das barcas desde março, sugere que uma política de redução de tarifas pode ser eficaz. Dados mostram que, após o corte nos preços, houve uma diminuição significativa no número de veículos nas ruas, com um recorde de passageiros transportados nas barcas. A linha Charitas, exemplo recente, também viu aumento de fluxo, passando de 3.500 para 7.445 passageiros diariamente.
A questão da mobilidade urbana no Rio é complexa e exige não apenas a redução de tarifas, mas também um planejamento eficaz para garantir um serviço de qualidade e conforto para os usuários.
Se a proposta do governo for implementada, resta saber como isso impactará não apenas a economia do estado, mas também a qualidade da mobilidade urbana nos próximos anos.