Melhorias na Rede de Hospitais Federais do Rio
Seis meses após a reestruturação da rede de hospitais federais do Rio de Janeiro, as ações do Ministério da Saúde mostram avanços, mas os problemas antigos continuam afetando os pacientes. Apesar da reabertura de três emergências e da ativação de mais de 250 leitos, a superlotação e as filas ainda são uma realidade para muitos que buscam atendimento.
Divisão de Gestão e Novas Parcerias
No novo modelo de gestão, o governo federal delegou a responsabilidade de cinco dos seis principais hospitais a diversas instituições, incluindo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Hospital de Ipanema permanece sob controle total do Ministério da Saúde. Essa mudança gerou expectativa, mas também resistência entre os servidores, resultando em greves e protestos em algumas unidades, como nos hospitais de Bonsucesso e da Lagoa.
Resultados das Investigações e Recursos Aumentados
De acordo com o governo, os investimentos já produzem resultados visíveis. Três emergências que estavam fechadas (Andaraí, Bonsucesso e Cardoso Fontes) foram reativadas e agora funcionam 24 horas. O Hospital Federal de Bonsucesso, que reabriu sua emergência com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contratou cerca de dois mil novos profissionais, refletindo a urgência de melhorias. Na perspectiva da Lei Orçamentária Anual para 2025, os recursos para quase todas as unidades foram aumentados, com destaque para o Hospital da Lagoa, que recebeu um investimento de R$ 99 milhões, representando um aumento de 8,1% em relação ao ano anterior.
Controvérsias na Gestão e Resistência dos Servidores
Contudo, a resistência dos servidores é um desafio significativo. Muitas unidades que passaram por fusões ou mudanças estão enfrentando críticas pela falta de diálogo e insegurança em relação às novas condições de trabalho. No Hospital Federal da Lagoa, por exemplo, os funcionários se manifestaram contra uma proposta de fusão com o Instituto Fernandes Figueira, preocupando-se com a continuidade dos atendimentos essenciais.
Condições Precárias e Queixas de Pacientes
No Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, pacientes relatam problemas persistentes, como a falta de água em bebedouros e a precariedade na limpeza das instalações. Casos de internados em cadeiras nos corredores levantaram preocupações e motivaram uma investigação do Ministério Público Federal. Já a emergência do Hospital do Andaraí, ainda atende de forma improvisada, com relatos de falta de médicos e insumos básicos.
Fusões e o Futuro dos Hospitais
O Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) está em discussão para possível fusão com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), sem que prazos definidos para essa mudança sejam determinados. A Unirio, responsável pelo Gaffrée e Guinle, finalizou um relatório técnico que embasa essa proposição. A expectativa é que essa fusão possa trazer melhorias, mas gera incertezas sobre como o processo afetará a qualidade dos serviços prestados.