Comissário de Polícia é acusado de acessar dados sigilosos de familiares de magistrado. Reprodução: Globo
O Ministério Público do Rio de Janeiro apresentou uma denúncia impactante contra o comissário de polícia Marcelo de Goes Gomes, que é acusado de acessar indevidamente informações sigilosas de familiares do juiz Bruno Rulière. Segundo o MPRJ, Gomes teria realizado 13 consultas no Portal de Segurança, uma plataforma restrita a profissionais da área, levantando questões sobre possíveis violações de sigilo funcional.
A denúncia revela que o acesso aos dados ocorreu no dia 24 de outubro de 2023, entre 11h14 e 11h24. Durante esse período, Marcelo de Goes Gomes violou a privacidade de quatro integrantes da família do magistrado, incluindo sua esposa, cunhado e sogros. A Justiça considerou a denúncia válida e a pena pode chegar a seis anos de prisão.
A Corregedoria de Polícia Civil iniciou as investigações após identificar acessos injustificados a dados sensíveis no sistema de auditoria. O juiz responsável pela ação, Tiago Fernandes de Barros, acolheu a denúncia no dia 29 de outubro. A análise detalhada mostrou que o comissário utilizou seu acesso restrito em quatro ocasiões para obter informações que deveriam permanecer em segredo.
O promotor Alexandre Murilo Graça formulou a denúncia, solicitando a condenação de Gomes pelo crime de violação de sigilo funcional. O comissário, que na data das pesquisas estava lotado na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, possui uma carreira profissional marcada por ocasiões de bravura, conforme reconhecido pelo Diário Oficial.
Bruno Rulière é um magistrado respeitado que atua na 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa. Suas decisões são reconhecidas por sua profundidade, refletindo sobre a atuação de facções criminosas no Rio de Janeiro. Ele tem um histórico significativo na exploração de casos que envolvem crimes violentos e organizações criminosas.
Tentativas de contato com o comissário Gomes foram frustradas, enquanto a Secretaria de Polícia Civil confirmou que ele está sob investigação em um inquérito policial. Agora, após a aceitação da denúncia, um Procedimento Administrativo Disciplinar foi aberto para averiguar suas ações. A expectativa é que o caso possa trazer à tona mais informações sobre o uso impróprio de dados por agentes da lei.