Samir Xaud se inscreve para a presidência da CBF ao lado de presidentes de federações. Reprodução: Globo
Samir Xaud foi eleito neste domingo como o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcando uma nova era em uma entidade que passou por frequentes trocas de comando nos últimos 13 anos. Desde a gestão de Ricardo Teixeira, afastado por escândalos de corrupção em 2012, a CBF viu uma média de um novo dirigente a cada 14 meses.
Com 41 anos, Xaud se torna o 11º presidente da CBF desde o afastamento de Teixeira, que permaneceu no cargo por 23 anos. Apenas José Maria Marín completou um mandato durante esse período tumultuado, sucedendo Teixeira, mas deixando a CBF em 2015 para Marco Polo Del Nero, também envolvido em controvérsias.
Durante os últimos anos, a CBF viveu sob interinatos e controvérsias. Ednaldo Rodrigues, que foi interino e também eleito para o cargo, acabou destituído em um julgamento que expôs a fragilidade da gestão esportiva no Brasil. Xaud agora enfrenta o desafio de completar seu mandato até 2029 e trazer estabilidade a uma confederação marcada por críticas e desconfiança.
A escolha de Xaud, apoiado por 25 das 27 federações, levanta esperanças entre alguns no meio esportivo, mas também provoca descontentamento. Alguns clubes, como os 21 que não compareceram à votação, questionam a legitimidade do processo eleitoral e pedem reformas na maneira como a CBF é administrada.
O novo presidente terá a tarefa não apenas de liderar a CBF, mas de responder às demandas por maior transparência e responsabilidade na gestão do futebol brasileiro. “Estamos em um momento de revisão. A CBF deve mudar,” afirmam críticos ao modelo atual de eleições e gestão da entidade.
Os desafios não param por aí. A influência de decisões judiciais e as incertezas políticas continuarão a ser um fator relevante na administração da CBF nos próximos anos. Para Xaud, completar um mandato sem interrupções, em meio a um histórico de instabilidade, será um teste decisivo para a nova liderança.
Com essa nova fase, a CBF enfrenta um momento crítico. A gestão anterior deixou legados de crise e desconfiança, e Xaud precisa rapidamente estabelecer sua credibilidade para unir um setor que ainda se divide em torno da atuação da confederação e a prática do esporte no Brasil.