Jogadores argentinos Miguel Navarro e Damián Bobadilla se manifestam contra preconceito no futebol. Legenda da imagem. Reprodução: iG
O lateral-esquerdo Miguel Navarro, do Talleres, fez um pronunciamento impactante nesta terça-feira (27), após acusar o meio-campo Damián Bobadilla de xenofobia durante a partida em que o São Paulo venceu a equipe argentina por 2 a 1, válida pela Libertadores.
Nas redes sociais, Navarro expressou seu orgulho pelas raízes e prometeu lutar contra o preconceito, afirmando que a situação desagradável ocorreu em solo brasileiro. "Gostaria de ter a solução para a fome no meu país em minhas mãos. Espero que Deus me dê muitas coisas para ajudar. Não creio que haja muito que se possa fazer em relação à pobreza mental", ressaltou o jogador.
Ele enfatizou sua determinação em não se deixar abater: "Nunca terei vergonha das minhas raízes. Irei até o fim para enfrentar o ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil nas mãos de Damián Bobadilla. Não há espaço para discurso de ódio no futebol."
Entenda o incidente: na terça-feira, São Paulo e Talleres se enfrentaram no Morumbi pela 6ª rodada da fase de grupos da Libertadores. Após o gol da vitória do São Paulo, marcado por Luciano no final do segundo tempo, Navarro demonstrou seu descontentamento em campo e chegou a chorar, mostrando-se irritado com Bobadilla.
O árbitro Piero Maza não interrompeu a partida, que se encaminhou para 10 minutos de acréscimos antes de finalizar a vitória do Soberano. Após o apito final, Navarro concedeu uma entrevista ao jornalista Eduardo Affonso, da ESPN, onde se disse ofendido pelas palavras de Bobadilla, mas optou por não entrar em detalhes sobre o que foi dito. "Não quero falar, ele sabe o que disse. Foi com Bobadilla. Não quero falar do jogo", afirmou o defensor.
Em resposta ao ocorrido, o Club Atlético Talleres divulgou uma nota de solidariedade a Navarro, condenando veementemente o ato de xenofobia. "Nós nos solidarizamos profundamente com Miguel e sua família neste momento. Como instituição, nos manifestamos contra qualquer forma de discriminação. Não há lugar para ódio no futebol", destacou a nota.
O clube reforçou que o futebol deve ser uma ferramenta de integração e união entre as culturas, e que continuará a trabalhar para promover esses valores tanto dentro quanto fora de campo. "Miguel, temos orgulho de você e de suas origens. Todos os Talleres apoiam você", finalizou.