Pesquisadores revelam novos propósitos da Grande Muralha da China. Reprodução: Gizmodo
A Muralha Medieval, um extenso sistema de fortificações pouco conhecido, ganhou novos insights a partir de escavações realizadas por uma equipe internacional na Mongólia. A pesquisa, focada em um trecho do sistema de 2.485 milhas (cerca de 4.000 km), destaca a importância histórica desse monumento, que se estende também por partes da China e Rússia.
Os arqueólogos investigaram um trecho específico da Muralha conhecido como Mongolian Arc, onde descobriram uma estrutura cercada por um fosso raso ao invés de uma muralha sólida. Essa descoberta levanta questões sobre os reais propósitos desta construção, que não seria uma defesa militar como se acreditava anteriormente.
De acordo com Gideon Shelach-Lavi, arqueólogo da Universidade Hebraica de Jerusalém, a equipe buscou entender se a função da Muralha era exclusivamente militar ou se tinha um papel mais complexo, como controlar o movimento de pessoas e mercadorias. “Tinha a intenção de administrar as regiões mais externas do império, abordando tumultos civis e prevenindo pequenas invasões”, explicou ele.
A análise das escavações revelou não apenas. moedas da dinastia Song, mas também artefatos de ferro e uma plataforma de pedra aquecida, usada como fogão e cama. Estes achados indicam uma ocupação contínua do local, o que corrobora a teoria de que os governantes valorizavam a infraestrutura civil como símbolo de poder e controle.
As conclusões da pesquisa, detalhadas na revista Antiquity, sugerem que o Muralha Medieval era um meio de controlar a movimentação de civis, animais e bens, não apenas uma barreira de defesa. Diferentemente do que se acreditava, a presença de fortes ao longo do sistema permite monitorar quem passava pelos portões.
O estudo avança na busca de compreender a vida das pessoas que habitaram essa área remota. “As análises de amostras coletadas no local vão nos ajudar a entender melhor os recursos utilizados, a dieta e o modo de vida daqueles que estavam na guarnição”, concluiu Shelach-Lavi, sugerindo que novos insights ainda estão por vir sobre este intrigante trecho da história da Mongólia.