Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho celebram prêmios de melhor ator e direção em Cannes. Reprodução: Omelete
O filme "O Agente Secreto", dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, ganhou destaque ao vencer os prêmios de melhor direção e melhor ator no Festival de Cannes, realizado no sábado passado. Essa badalada produção é marcada por uma forte conexão política entre o ator e o diretor, conforme revelado por Moura em uma entrevista ao Omelete.
Moura contou que conheceu Kleber Mendonça Filho há 20 anos em Cannes, quando o cineasta ainda era crítico. Nesse encontro, eles se tornaram amigos e Moura se deixou influenciar por suas obras, destacando "O Som ao Redor" como um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
A conexão entre os dois se aprofundou em meio a um cenário político difícil, em que ambos enfrentaram ataques enquanto expressavam suas opiniões. "Era uma fase terrível do país, onde artistas e universidades eram alvos de diversos ataques. Nós trocávamos muitas ideias", contou Moura, relembrando os tempos em que os dois enfrentaram o governo de Jair Bolsonaro e assistiram os filmes "Bacurau" e "Marighella" sendo criticados.
Situado em Recife no ano de 1977, o longa-metragem segue Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um especialista em tecnologia que retorna à sua cidade natal em busca de tranquilidade. No entanto, ele logo descobre um ambiente repleto de perigos e segredos ocultos.
Além de Moura, o filme é enriquecido pela presença de grandes talentos do cinema brasileiro, como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone e Carlos Francisco, entre outros. A direção é de Kleber Mendonça Filho, que também assina o roteiro.
Com sua mistura de narrativa envolvente e questões políticas contemporâneas, "O Agente Secreto" promete não apenas conquistar audiência, mas também fazer ecoar debates importantes sobre a relação entre arte e política, especialmente em tempos de adversidade.