Um clima de tensão tomou conta da sede do Corinthians na noite de sábado, quando torcedores invadiram o Parque São Jorge em meio a uma crise de liderança no clube. A situação ocorreu horas após uma aliada de Augusto Melo, afastado presidente, afirmar ter reassumido o controle do Conselho Deliberativo, o que gerou confusão e descontentamento entre os membros da diretoria atual.
Cerca de 50 torcedores se reuniram no local, e a Polícia Militar foi chamada para controlar a agitação. A presença das autoridades foi necessária para evitar um confronto maior, pois os torcedores chegaram a pressionar a diretoria. "A sala foi esvaziada sem hostilidades", afirmou a PM.
Osmar Stabile, presidente interino do Corinthians, envolveu-se na controvérsia, alegando em conversas reservadas ter sido vítima de invasão e constrangimento ilegal por apoiadores de Augusto Melo. Ele e Romeu Tuma Jr., atual presidente do Conselho Deliberativo, foram à Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva para registrar um Boletim de Ocorrência sobre os eventos no clube.
No meio da confusão, Augusto Melo declarou que deixa o clube como "presidente do Corinthians", amparado por um parecer da Comissão de Ética, desconsiderado pela atual direção. "Vou fazer meu BO. Foram eles que provocaram, não nós. Sim, sou presidente eleito pelo Conselho Deliberativo", afirmou Melo, que também se dirigiu à delegacia para relatar ameaças que recebeu durante o tumulto.
O ex-presidente da torcida Gaviões da Fiel, Douglas Deúngaro, conhecido como Metaleiro, incitou os torcedores a comparecerem ao clube, intensificando ainda mais a tensão. Ele foi um dos principais rostos do movimento em favor do retorno de Augusto Melo.
No contexto desse imbróglio, este sábado viu mudanças na gestão do Conselho Deliberativo do Corinthians, com Maria Angela de Souza Ocampos assumindo a presidência após a saída de Roberson Medeiros, que se afastou por motivos de saúde. A nova presidenta baseou sua atuação em uma decisão do Conselho de Ética, que já havia recomendado o afastamento de Romeu Tuma Jr. há quase dois meses, mas somente agora a situação foi oficialmente regularizada.
Osmar Stabile, que permanece como presidente interino, ainda se recusa a reconhecer a legitimidade das ações de Augusto Melo, gerando mais incertezas sobre a liderança do clube e intensificando a crise que se desenrola no ambiente do Corinthians.