Ancelotti assiste a jogo do Corinthians antes de assumir a seleção brasileira nas Eliminatórias. Reprodução: Globo
A seleção brasileira de futebol inicia uma nova era com a chegada de Carlo Ancelotti como seu técnico, um momento histórico para o país que, até agora, nunca teve um estrangeiro no comando durante uma Copa do Mundo. Desde a criação do torneio, apenas dois treinadores não nativos chegaram à final: George Raynor, com a Suécia em 1958, e Ernst Happel, com a Holanda em 1978, ambos derrotados pelo Brasil e Argentina, respectivamente.
Carlo Ancelotti, conhecido por sua vasta experiência e sucesso no futebol europeu, começa a sua jornada com a seleção brasileira com um objetivo claro: conquistar o hexacampeonato na Copa do Mundo de 2026. A decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de optar por um técnico estrangeiro representa uma mudança significativa nos padrões, com o Brasil, que historicamente exportou treinadores, agora se juntando a países como Alemanha e Argentina, que também nunca tinham confiado seu comando a um não-nativo.
A estreia de Ancelotti à frente da seleção brasileira será em um confronto contra o Equador nas Eliminatórias. Antes de começar os trabalhos, Ancelotti e sua comissão técnica visitaram o Cristo Redentor, buscando bênçãos para a nova fase. O técnico já está em São Paulo, onde dará início aos treinamentos para as partidas contra Equador e Paraguai.
Historicamente, a presença de técnicos estrangeiros em Copas do Mundo tem sido escassa. Em 22 edições, nenhum deles conquistou o torneio, com 63% dos trabalhos parando na fase de grupos. O Brasil, que foi um grande exportador de treinadores, viu sua situação mudar nos últimos torneios. Desde 2018, não enviou técnicos para clubes de fora e foi superado pela Argentina em exportação, que atualmente possui 12 trabalhos internacionais.
A chegada de Ancelotti é marcada por expectativa e desafios, especialmente com a necessidade de adaptação ao vocabulário, visto que apenas 32% dos técnicos têm como língua materna o mesmo idioma dos jogadores. No entanto, o currículo impressionante de Ancelotti, que possui diversos títulos na Europa, perguntam se ele conseguirá quebrar o jejum de 24 anos sem títulos mundiais do Brasil.
Com a seleção brasileira na quarta colocação das eliminatórias e 21 pontos na tabela, a equipe depende apenas de suas próprias forças para se classificar para o Mundial de 2026, que será dividido entre Estados Unidos, Canadá e México. O primeiro treino sob o comando de Ancelotti ocorrerá no CT Joaquim Grava do Corinthians.
A seleção compete acirradamente, com a Argentina liderando com 31 pontos e o Equador na segunda posição com 23. A Bolívia, primeira fora da zona de classificação, está com 14 pontos. A sequência das eliminatórias promete ser desafiadora, mas Ancelotti é um nome que pode trazer a esperança de um novo título mundial.