O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidiu manter o júri popular de Marcos Vagner de Souza, acusado de envolvimento no desaparecimento e possível assassinato da adolescente grávida Isis Victoria Mizerski. O caso, que completa um ano desde o desaparecimento de Isis, destaca a gravidade das acusações que pesam contra o réu e a dinâmica da Justiça no manuseio de crimes sem cadáver.
Isis desapareceu no dia 6 de junho de 2024, em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, após sair para se encontrar com Marcos, que é apontado como o pai do seu bebê. Apesar da ausência do corpo, a Polícia Civil concluiu que ela foi assassinada. Desde então, Marcos se encontra preso, enfrentando três acusações criminais, mas mantém a alegação de inocência diante dos fatos.
A defesa de Marcos recorreu da decisão que o submetia a júri popular, mas o recurso foi negado em uma votação unânime pelos desembargadores do TJ-PR. Segundo o desembargador Telmo Cherem, relator do caso, as provas coletadas durante a investigação e ao longo do processo são suficientes para encaminhar o caso ao Tribunal do Júri, que se especializa em julgar crimes dolosos. "A narrativa da denúncia é plausível", afirmou, ressaltando contradições nas declarações do réu.
A decisão, que foi comunicada na terça-feira (3), afirma que há evidências substanciais de que Marcos tinha envolvimento direto na morte de Isis. O advogado de defesa, Renato Tauille, declarou que ainda não foi formalmente intimado da deliberação, mas aguarda instruções sobre os próximos passos legais no processo.
O caso de Isis, cuja investigação foi finalizada em agosto de 2024, envolve múltiplas acusações, incluindo homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e aborto sem consentimento. O juiz João Batista Spanier Neto decidiu pelo júri popular após ouvir 17 testemunhas e analisar evidências como imagens de câmeras de segurança e registros de conversas.
A expectativa é de que o julgamento ocorra até o final do ano, conforme informou Cláudio Dalledone Júnior, advogado da família de Isis. Enquanto isso, a situação continua a captar a atenção pública, especialmente considerando os desafios legais e éticos que envolvem o tratamento de casos de desaparecimento quando não há um corpo encontrado.