Richarlison fala sobre seu retorno à Seleção e a pressão por resultados após empate com o Equador. Reprodução: Globo
Em busca de novos rumos, o atacante Richarlison fez críticas contundentes à instabilidade política nos primeiros anos do ciclo da Seleção Brasileira, mas expressou otimismo em relação à melhora notada nesta Data Fifa. Prestes a completar 50 jogos com a camisa amarela, o jogador revelou também que recusou uma proposta do futebol árabe para permanecer na mira do técnico da Seleção.
As declarações de Richarlison, durante um evento em São Paulo, ressaltam seu comprometimento com a equipe. Após um período turbulento que se seguiu ao fim da Copa do Mundo de 2022, ele se mostrou esperançoso após o retorno ao grupo, mesmo com sua performance discreta no último jogo contra o Equador.
"Fora de campo estava uma bagunça. Querendo ou não, isso nos afetava dentro de campo. O clima estava muito difícil para todos nós, jogadores", disse. O atacante destacou que os problemas não se restringiam apenas ao técnico Dorival Júnior, mas foram comuns a outros comandantes que passaram pela equipe, como Ramon Menezes e Fernando Diniz.
Richarlison, que ficou afastado por lesões, enfatizou que deseja ajudar a Seleção a se reencontrar. Ele concorrendo ao prêmio FIFA de gol mais bonito de 2022, e acumula 20 gols em 49 jogos, se tornando o terceiro maior artilheiro em atividade da Seleção, atrás apenas de Phillipe Coutinho e Neymar.
Na próxima terça-feira, Richarlison terá a chance de marcar seu 50º jogo com a Seleção, enfrentando o Paraguai pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Para ele, retornar ao grupo sob o comando de Carlo Ancelotti foi fundamental, uma vez que viveu suas melhores temporadas sob a orientação do treinador italiano no Tottenham.
"Minha melhor temporada foi com ele no Everton. Montamos um bom time, e foi uma experiência com muitos gols para mim. Fiquei feliz com a chegada de um cara vencedor. O clima está mais leve agora e acredito que o treinador fará total diferença para nós atletas em campo", afirmou.
Embora tenha reconhecido a dificuldade da partida contra o Equador, onde o Brasil empatou em 0 a 0, Richarlison se mostrou autocrítico. Ele sabe que a pressão sobre os atacantes é sempre maior após empates, mas se comprometeu a se esforçar mais nos próximos jogos.
Em relação ao contexto da Seleção, Richarlison salientou a importância dos jogadores se unirem e honrar a camisa. Ele acredita que, se forem campeões, também se tornarão ídolos, assim como seus antecessores, lembrando do peso da responsabilidade que carregam ao defender o Brasil.
Richarlison também revelou que sempre haverá pressão, especialmente pelo legado dos jogadores que vieram antes e foram campeões, mas reafirmou que a equipe está comprometida em buscar vitórias. "Estamos aqui para trabalhar duro e ser vencedores com esta camisa também", afirmou.
Com uma sequência de lesões em seu passado, Richarlison falou sobre as dificuldades enfrentadas e sobre como isso afetou sua carreira. Ele elogiou o apoio de Dorival Júnior, com quem teve uma conversa sincera sobre uma proposta do futebol árabe, que poderia ter comprometido suas chances de seleção nacional.
"Sempre deixei claro que minha prioridade é a Seleção. Primeiro, Deus, e depois a Seleção. Fiz a escolha certa", finalizou.