Celular e a Relação Tóxica com a Tecnologia
O uso excessivo do celular está se tornando um problema crescente na sociedade moderna, afetando diretamente a cognição e a memória. Especialistas, como o neurologista Marcelo Masruha, alertam que esta relação tóxica pode prejudicar o foco e a capacidade de aprendizado.
Impactos do Uso Excessivo
Uma pesquisa realizada pela plataforma Data.AI revelou que os brasileiros passam, em média, cinco horas por dia utilizando dispositivos móveis, colocando o país em quinto lugar em um ranking mundial desse comportamento. Essa sobrecarga de informações leva a um fenômeno conhecido como sobrecarga cognitiva, onde o cérebro é constantemente bombardeado por notificações e estímulos, dificultando a codificação das experiências e diminuindo tanto a memória de curto quanto a longo prazo.
Estratégias para uma Vida Offline
Para manter uma relação saudável com a tecnologia, é fundamental adotar estratégias como a prática de mindfulness. A psicoterapeuta Bel Soares compartilha sua experiência, ressaltando que reprogramar o cérebro é essencial. Ela recomenda que as pessoas retirem as notificações do celular e limitem o uso de redes sociais para evitar distrações. “No mindfulness, você percebe até o momento em que sente vontade de pegar o celular”, comenta Bel.
Relatos de Transformação Pessoal
Histórias de pessoas que se distanciaram das redes sociais mostram que essa mudança pode ser extremamente benéfica. O corretor de imóveis Leonardo D’Albergária decidiu se afastar do Instagram, onde passava em média três horas, resultando em uma autoavaliação que o levou a redescobrir hobbies e interesses que havia abandonado.
Da mesma forma, Cris Pinheiro Guimarães, consultora de moda, ficou 72 dias sem usar a plataforma. Sua experiência foi libertadora; após viajar para o Japão, ela voltou a usar a rede social, mas com uma nova perspectiva e foco em viver o momento presente.
Desafios e Sugestões de Especialistas
O psiquiatra Marcel Fúlvio Padula Lamas observa que o prazer imediato proporcionado pelas interações digitais muitas vezes supera a satisfação que as interações presenciais oferecem. Essa busca constante por estímulos pode prejudicar a paciência e a criatividade. Para ele, é crucial estabelecer limites claros, como horários sem tecnologia e buscar atividades que promovam bem-estar, como esportes ou leitura, reforçando que "a vida real agradece" quando priorizamos experiências fora das telas.
Conclusão
A relação com o celular pode ser repleta de desafios, mas ao adotar medidas conscientes e focar no presente, é possível transformar essa experiência em algo positivo. Limitar o uso da tecnologia e priorizar atividades offline não é apenas benéfico para a saúde mental, mas também fundamental para a qualidade de vida.