A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, enfrenta desafios na busca por uma nova diretora para a área de transição energética da companhia, que permanece sem liderança desde o final de maio. Neste mês, Maurício Tolmasquim deixou sua posição para se tornar conselheiro da Eletrobras, indicado pelo governo.
A primeira escolha de Magda, William Nozaki, teve seu currículo reprovado pela área corporativa da Petrobras. A razão para a reprovação girou em torno da falta de cumprimento do tempo mínimo de experiência exigido pela companhia, que determina ao menos dez anos em cargos de liderança, preferencialmente dentro da própria empresa.
Agora, a CEO tenta nomear Angélica Laureano, atual presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. (TBG), que é uma subsidiária da Petrobras. Angélica traz consigo uma valiosa experiência em gestão, tendo atuado como conselheira da TBG e presidente da Gaspetro, além de outros papéis significativos na empresa.
Nozaki, embora seja gerente executivo de transição energética, não possui um histórico robusto em gestão, tendo sido indicado após um acordo na cúpula do governo que desejava que a diretoria tivesse vínculos com o PT. A indicação dele, no entanto, foi barrada pela diretoria corporativa, responsável por verificar o histórico dos candidatos. Ele possui formação em Ciências Sociais pela USP e mestrado em Economia pela Unicamp, além de experiência no BNDES e no Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), onde manifestou posições contrárias à abertura do mercado de gás e expressou crenças sobre conspirações políticas.
A nova indicada, Angélica, é amiga pessoal de Magda e ocupa a presidência da TBG desde dezembro de 2024. A diretoria de transição energética que ela poderá liderar gerencia projetos com um orçamento significativo de US$ 16,3 bilhões até o ano de 2029.
Enquanto a CEO não define sua nova diretora, ela permanece sob a supervisão interina de William França, atual diretor de processos industriais e produtos da Petrobras, o que deixa a situação da diretoria em um estado de indefinição.