A Crescente Preocupação com o Antissemitismo em Universidades
A questão do antissemitismo em ambientes universitários tem se tornado cada vez mais alarmante, especialmente em comparação com eventos históricos significativos, como os que antecederam o regime nazista na Alemanha. Recentes episódios de ataques a estudantes judeus e manifestações contra Israel levantam questões prementes sobre a intolerância e o racismo que permeiam esses espaços acadêmicos.
Incidentes Recentes e suas Implicações
Nos Estados Unidos, diversas universidades tiveram que ser evacuadas devido a ameaças contra estudantes judeus, exigindo a intervenção da polícia para garantir a segurança. No Brasil, a situação não é diferente: na Unicamp, um evento acadêmico foi cancelado após estudantes contrários ameaçarem invadir o local. Em outra ocasião, na Universidade de São Paulo (USP), alunos ocuparam o prédio de História e Geografia para protestar contra Israel. Esses incidentes remetem a um passado sombrio, onde a desumanização de grupos específicos teve origem em instituições que deveriam ser celeiros de diversidade e formação.
O Alerta da História Alemã
A história da Alemanha antes da ascensão do nazismo serve como um crucial alerta para o contexto atual. Durante a década de 1920, o antissemitismo se enraizou entre estudantes, impulsionado pela insegurança econômica e pela dissolução dos valores humanistas. A formação da Liga Nacional-Socialista de Estudantes em 1926 foi um marco nesse processo, levando à pressão sobre as instituições para reduzir a presença de judeus entre alunos e docentes, o que acabou por influenciar a legislação antijudaica do novo governo.
Consequências do Antissemitismo Estudantil
A demissão de professores judeus não foi suficiente para conter o avanço do antissemitismo nos campi. Estudantes começaram a boicotar as aulas desses docentes, e em 1935, todos os professores judeus foram banidos das universidades. A permissividade do governo alemão em relação a esse estigma encorajou os estudantes a intensificarem sua perseguição aos colegas judeus, culminando em ações drásticas que resultaram na exclusão total desses alunos de cursos como medicina e odontologia.
Comparações com o Presente
As ações de bloqueio e cerceamento à entrada de judeus em instituições de ensino não foram exclusivas da Alemanha nazista. Recentemente, na Universidade Columbia, por exemplo, estudantes fizeram barricadas, impedindo a entrada de alunos judeus. No Brasil, em um incidente semelhante registrado em 2024, o Centro Acadêmico de Serviços Sociais da PUC-SP expulsou um aluno por ser judeu, enquanto na Universidade Federal de Santa Maria, foi requisitado à reitoria a lista de todos os estudantes judeus, exacerbando as preocupações com a crescente intolerância.
Perguntas que Ecoam na Sociedade Atual
Esses eventos levantam questões inquietantes, como as formuladas pela jornalista Pilar Rahola: por que só este conflito desperta tanto interesse? O que justifica a criminalização de um país pequeno que apenas tenta sobreviver? E por que o povo de Israel é frequentemente retratado de maneira tão unilateral? Estas interrogações nos fazem refletir sobre nossa responsabilidade e a moralidade de sermos meros "espectadores" diante da intolerância.
Marcos L. Susskind, autor e ativista social, nos convida a considerar as implicações de nossa inação diante desse problema crescente. O seu livro "Combatendo o antissemitismo" é uma tentativa de despertar consciência e ação sobre essa questão urgente.