Polícia Federal ouve envolvidos em investigação sobre mensagens de Cid
A Polícia Federal agendou para a próxima terça-feira o depoimento do advogado de Jair Bolsonaro, Paulo Costa Bueno, e do ex-secretário de Comunicação Social, Fabio Wajngarten. A investigação investiga mensagens atribuídas ao tenente-coronel Mauro Cid, que é delator em um caso ligado a supostas tentativas de manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições.
Os depoimentos ocorrerão na Superintendência da PF em São Paulo, sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A medida foi tomada após confirmarem que mensagens relacionadas à delação de Cid poderiam ter sido discutidas em um perfil no Instagram, algo que o militar nega.
Mensagens e investigações
Recentemente, Kuntz, advogado de Marcelo Câmara — ex-assessor de Bolsonaro —, revelou ao STF que Cid havia conversado por Instagram sobre sua delação premiada, o que poderia violar o sigilo do acordo. Cid negou ter utilizado a plataforma de mensagens para discutir esse assunto. Durante o interrogatório no STF, Cid também foi questionado sobre um perfil específico, denominado GabrielaR702; ele reconheceu o nome, mas não confirmou se pertencia à sua esposa.
A polêmica se intensificou quando mensagens atribuídas ao perfil foram divulgadas pela revista Veja, levantando dúvidas sobre a autenticidade de sua autoria. Em resposta, os advogados de Cid solicitaram uma investigação sobre a conta em questão, o que levou Moraes a determinar que a Meta — empresa mãe do Instagram — fornecesse os dados relacionados.
Consequências legais e declarações
A entrega das mensagens resultou na prisão de Marcelo Câmara, que agora e seu advogado Kuntz estão sendo investigados por possível obstrução de Justiça. Em frases contundentes, Moraes observou que as ações de Câmara e Kuntz representam séria tentativa de obstruir a investigação.
Contudo, a defesa de Cid sostiene que Kuntz e Wajngarten tentaram contatar Cid através de suas filhas, além de abordar a esposa e a mãe do tenente-coronel em eventos, uma ação considerada imprópria pelos advogados de Cid. Essas movimentações colocam em cheque a ética das investigações e as intenções dos advogados envolvidos.
Reações do ex-secretário de Comunicação
No Twitter, Wajngarten comentou a situação, dizendo que recebe a intimação para depor com tranquilidade. Ele criticou a criminalização da advocacia, afirmando que isso é uma estratégia para distrair a atenção da suposta falta de voluntariedade de Cid durante sua delação, enfatizando ainda que a decisão de Moraes foi amplamente divulgada, enquanto as razões para ela permanecem em sigilo.