O aguardado lançamento de The Old Guard 2, estrelado por Charlize Theron e Uma Thurman, foi finalmente realizado pela Netflix, após longos anos de atrasos de produção. Este filme, que dá continuidade à adaptação de 2020 da série de quadrinhos de Greg Rucka e Leandro Fernández, traz de volta a equipe de mercenários imortais para uma nova missão que se desdobra ao redor de uma narrativa pesada e mal estruturada.
Ambientado alguns anos após os eventos do primeiro filme, a trama apresenta Andy (interpretada por Theron) lidando com sua nova mortalidade. Ao lado de Nile (KiKi Layne), Joe (Marwan Kenzari), Nicky (Luca Marinelli) e James Copley (Chiwetel Ejiofor), Andy se vê em um embate contra uma nova ameaça: Discord, uma figura sombria interpretada por Thurman, que afirma ser a primeira imortal do mundo. Com um conhecimento que pode desmantelar a própria essência de sua existência eterna, Discord planeja destruir tudo o que Andy e sua equipe lutaram para proteger ao longo dos séculos.
Embora o filme se apresente como um grande embate entre Theron e Thurman, a batalha, embora interessante, não chega a se consolidar como um verdadeiro espetáculo ou a carregar o peso emocional necessário. O verdadeiro clímax da história reside no reencontro de Andy com Quynh (Veronica Ngô), sua antiga companheira que passou séculos presa em uma caixa de ferro no fundo do mar e agora se alinha com Discord. A tensão mais envolvente e significativa do filme emerge do conflito entre Andy e a fúria não resolvida de Quynh.
Entretanto, as sequências de ação, que historicamente são o cartão postal da franquia, se mostram decepcionantes. Apesar de algumas cenas bem coreografadas, o ritmo do filme rapidamente desmorona, prejudicado por uma edição ansiosa e uma filmagem desarticulada que comprometem o impacto dos combates entre imortais. Os confrontos esperados entre Theron e Thurman, assim como o embate emocional entre Nile e Quynh, são prejudicados por falhas de continuidade que tornam as lutas menos emocionantes do que deveriam ser.
O ato final do filme, ao invés de oferecer uma conclusão satisfatória, funciona mais como um suporte para eventos futuros, levando o espectador a uma sensação de frustração em relação à narrativa atual. Esta falta de conclusão é, sem dúvida, o maior deslize de The Old Guard 2: a tentativa de preparar o terreno para uma terceira continuação impede que a história atual receba o fechamento adequado.
Dentre os subtramas apresentadas, como a tensão entre Nicky e Joe ou a reintrodução do ex-membro da equipe Booker (Matthias Schoenaerts), muitos parecem mais como enchimento do que como drama significativo, sublinhando a urgência narrativa desigual do filme. Embora a volta de Andy e Quynh prometesse ser um arco emocional repleto de séculos de silêncio e traição, a chance de um desenvolvimento mais profundo se perde em meio a excessos de lore e um baiting de sequela que atrapalha o ritmo.
Momentos de horror corporal marcantes e flashes de criatividade nas lutas estão presentes, mas a ansiedade do filme em unir ideias antes de concluir uma única história resulta em uma apresentação confusa. Ao final, fica claro que The Old Guard 2 não oferece uma resolução palpável, mas sim contornos do que poderia ter sido um filme impactante. A pressa em abrir caminho para o que vem a seguir impede que o filme conclua efetivamente sua narrativa, deixando os fãs se perguntando se o verdadeiro clímax foi perdido nas edições.
The Old Guard 2 está disponível para streaming na Netflix a partir de 2 de julho.