Após anos de investigações e atrasos, três antigos executivos da Ubisoft foram finalmente condenados por assédio e abuso no ambiente de trabalho na França. As sentenças, que incluem penas de prisão suspensas e multas, são o resultado de investigações minuciosas sobre alegações de assédio, agressão e má conduta desde 2020. Esta decisão judicial representa um desfecho legal significativo para alguns dos líderes mais proeminentes da empresa.
Serge Hascoët, ex-diretor criativo da Ubisoft e considerado um dos maiores aliados do CEO Yves Guillemot, foi condenado por cumplicidade em assédio moral, recebendo uma pena suspensa de 18 meses e uma multa de €45.000. Hascoët enfrentou graves acusações que incluíam tratamento degradante de funcionários e assédio racial, com relatos de comentários racistas dirigidos a um funcionário muçulmano após os ataques de Paris em 2015. Testemunhos também relataram um ambiente onde Hascoët permitia comportamentos prejudiciais por parte de outros líderes, com relatos de funcionários sobrecarregados e tratados de maneira inadequada. Um caso envolveu Hascoët instruindo um assistente a fazer uma longa viagem em seu dia de folga para recuperar um iPad.
Sentenças suspensas e suas implicações
Thomas François, ex-chefe editorial, recebeu uma pena suspensa de três anos e uma multa de €30.000. Ele foi considerado culpado de tentativa de agressão sexual, com acusações que incluíam avanços indesejados em uma festa de Natal da empresa e assistir a conteúdos explícitos no trabalho. François também foi acusado de comportamentos inadequados em relação a colegas, como beijar sem consentimento, amarrar um funcionário a uma cadeira e forçar outro a aparar suas unhas dos pés.
Guillaume Patrux, ex-designer de jogos na Ubisoft, foi sentenciado a 12 meses de pena suspensa e multado em €10.000 pela sua conduta ameaçadora e violenta no ambiente de trabalho.
Os três homens deixaram a Ubisoft em 2020, por meio de uma combinação de renúncias e demissões, após uma série de reclamações internas. Suas saídas ocorreram durante um amplo processo de responsabilização na indústria dos games, onde grandes estúdios enfrentaram exigências por medidas contra culturas de trabalho tóxicas. Este veredicto encerra anos de processos legais e destaca questões de abuso e má conduta entre os líderes da Ubisoft nesse período.