Movimentos populares de esquerda se uniram pela primeira vez no terceiro governo Lula em torno do tema "pau nos privilégios", promovendo uma campanha que busca a redução da jornada de trabalho e a taxação de super ricos. Essa iniciativa, destacada no podcast A Hora, do UOL, conta com a participação de centrais sindicais como a CUT e a Força Sindical, além de movimentos sociais e setores da Igreja Católica.
O plebiscito popular, lançado em 1º de julho, já contabiliza mais de 3 mil urnas registradas nas ruas, consultando a população sobre o fim da escala 6x1 e a criação de uma nova tributação para quem ganha mais de R$ 50 mil mensais, isentando os que recebem até R$ 5 mil. "O resultado desse plebiscito não significa nada, mas o que importa é ver a unificação dos movimentos de esquerda em uma proposta comum", analisa o colunista José Roberto de Toledo.
A iniciativa conseguiu atrair também o debate da direita nas redes sociais, um feito inédito segundo dados da Palver. A discussão que começou de forma morna, cresceu ao longo dos dias, especialmente pela crítica ao governo. "O fato do governo ter conseguido levar a direita a discutir um tema que lhe interessa já é uma vitória", afirma Toledo.
O presidente Lula se envolveu ativamente na campanha, participando de um evento na Bahia com um cartão que traz um dos motes da iniciativa. Essa mobilização não só reúne movimentos populares, mas também partidos como PT, PCdoB, PV, Rede e PDT.
Além disso, a unificação em torno da pauta tributária resultou em uma diminuição dos conflitos internos no governo. De acordo com reportagens, as tensões entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministério da Casa Civil, comandado por Rui Costa, foram reduzidas pela convergência em temas tributários.
Essa nova articulação entre os movimentos de esquerda demonstra um histórico de luta em comum que busca alternativas concretas no cenário político atual, refletindo uma mobilização contínua por direitos e justiça social.