No segundo trimestre de 2025, o mercado de veículos elétricos (EVs) nos Estados Unidos apresentou uma situação tumultuada. Enquanto a General Motors (GM) teve um desempenho notável, a maioria das outras montadoras, como Tesla e Ford, enfrentou dificuldades significativas. As vendas agora refletem um mix de sucessos e quedas, tudo isso em um contexto de políticas governamentais desfavoráveis ao financiamento de tecnologias verdes.
GM Destaca-se na Indústria
A GM conseguiu um aumento impressionante de 111% nas vendas de EVs em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 46,280 veículos vendidos. O Chevrolet Equinox EV, por exemplo, viu suas vendas dispararem em 1,600%, alcançando 17,420 unidades. O GMC Hummer EV também teve um crescimento significativo de 54%, com 4,508 unidades vendidas. Além disso, os modelos Cadillac Optiq e Lyriq mostraram resultados positivos. Com este crescimento, a GM agora detém cerca de 13% do mercado de EVs nos EUA, estabelecendo-se como uma concorrente forte diante do domínio histórico da Tesla.
Tesla Enfrenta Desafios
O que era considerado um domínio absoluto, a Tesla agora vê sua posição ameaçada. A montadora entregou 384,122 veículos globalmente no segundo trimestre, o que representa uma queda de 13.5% em comparação ao ano anterior. Nos EUA, as vendas despencaram cerca de 16.7%, somando apenas 125,000 unidades. Especialistas ressaltam que os problemas da Tesla não se resumem à competição, citando o envolvimento de Elon Musk com a administração Trump, que alienou parte de sua base de clientes historicamente progressista.
Desempenho Prejudicado da Ford
Não é apenas a Tesla que está enfrentando dificuldades: a divisão de EVs da Ford também reportou um desempenho fraco, com uma queda de 31.4% nas vendas no segundo trimestre, totalizando somente 16,438 unidades. Modelos importantes, como o F-150 Lightning e a van E-Transit, sofreram quedas significativas de 26% e 88%, respectivamente. Até mesmo o Mustang Mach-E, que normalmente apresenta bons resultados, viu uma diminuição de 20%. Um recall de segurança afetou a empresa, impactando ainda mais suas vendas.
Sinais Mistos de Outras Montadoras
A Toyota, por outro lado, continuou a expandir sua presença no mercado, principalmente com veículos híbridos e híbridos plug-in. No segundo trimestre, a montadora vendeu 320,817 "veículos eletrificados", um aumento próximo de 30% em relação ao ano anterior. No entanto, uma parcela reduzida desse total é composta por veículos elétricos a bateria (BEVs). As fabricantes Hyundai e Kia, por sua vez, relataram quedas significativas em suas vendas de modelos elétricos, com a Kia EV6 sofrendo uma queda alarmante de 69% e a Kia EV9, de 79%.
Novos Entrantes no Mercado Também em Declínio
O panorama não é muito diferente para as montadoras de EVs consideradas "disruptivas". A Rivian entregou 10,661 unidades no segundo trimestre, refletindo uma queda de 22% em relação ao ano anterior. No entanto, a empresa esclareceu que essa redução foi intencional, visando preparar-se para o lançamento de novos modelos para 2026. Em contrapartida, a Lucid Motors teve uma performance impressionante, aumentando suas entregas em 38%, totalizando 3,309 unidades no mesmo período, marcando um novo recorde trimestral.
O Que Esperar Com as Mudanças no Crédito Fiscal?
Uma preocupação significativa para o setor é a política federal em relação aos créditos fiscais para EVs. A recente aprovação do "One Big Beautiful Bill" pelo presidente Trump, que encerra o crédito fiscal de $7,500 para novos EVs e $4,000 para usados até 30 de setembro, poderá impulsionar uma corrida de compras no terceiro trimestre, conforme os consumidores tentam garantir descontos antes que os incentivos expirem. Contudo, após setembro, muitos se perguntam como o mercado reagirá sem esse suporte financeiro.
O Futuro do Mercado de EVs
O futuro do mercado de EVs parece incerto. Enquanto a GM se fortalece, a Tesla enfrenta uma perda de impulso e a Ford luta para se recuperar. Com uma crescente diminuição do apoio governamental, o terceiro trimestre poderá se revelar uma luta intensa, enquanto o quarto trimestre se apresenta como um teste crucial para todas as montadoras envolvidas.