A Huawei está no centro de uma controvérsia após ser acusada de ter copiado a tecnologia de inteligência artificial da Alibaba. A denúncia anônima afirma que o modelo de linguagem Pangu Pro Moe da Huawei seria, na verdade, uma versão alterada do Qwen 2.5, atualmente utilizado pela rival chinesa.
A acusação, feita por uma entidade conhecida como HonestAGI, foi publicada em um artigo técnico no GitHub e gerou discussão entre especialistas em tecnologia. De acordo com a denúncia, as similaridades entre os modelos levantam suspeitas sobre a originalidade do desenvolvimento da Huawei.
O laboratório de inteligência artificial da Huawei, Noah’s Ark Lab, prontamente negou as alegações. Em declaração oficial, a empresa afirmou que seu modelo foi "desenvolvido e treinado de forma independente" e que traz "inovações significativas" em comparação com o modelo da Alibaba. Além disso, a Huawei enfatizou que o Pangu Pro Moe foi criado completamente utilizando seus próprios chips Ascend.
Segundo a publicação da HonestAGI, as semelhanças entre os dois sistemas de IA são tão marcantes que seria difícil acreditar que a Huawei não fez uso do modelo da Alibaba como base. A entidade também sugere que a Huawei pode ter distorcido dados técnicos em seus relatos, bem como superestimado investimentos em treinamento.
O impacto dessa controvérsia se faz sentir não apenas na Huawei e Alibaba, mas em todo o setor de tecnologia da China. As empresas estão em uma luta intensa para liderar o mercado de modelos de linguagem, especialmente após o surgimento de alternativas como o modelo R1, da DeepSeek, que se destacou pela acessibilidade e inovação.
Embora a disputa já esteja acirrada, a Huawei busca recuperar terreno, já que sua presença no mercado de LLMs (Modelos de Linguagem de Grande Porte) foi comparada a de uma empresa retardatária, apesar de ter introduzido o modelo Pangu em 2021. A recente liberação do código-fonte do Pangu Pro Moe, em uma tentativa de ampliação de usuários, demonstra o esforço da Huawei para se firmar nesse cenário competitivo.
A Alibaba, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento desta matéria, e as identidades por trás do perfil HonestAGI continuam desconhecidas, o que levanta questões sobre a veracidade e a motivação por trás das acusações.