O caso do policial militar que matou por engano um jovem de 26 anos chama a atenção para temas de segurança e justiça em São Paulo. Fábio Anderson Pereira de Almeida, membro do 12° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, foi afastado após atirar e matar Guilherme Dias Santos Ferreira, um marceneiro, ao retornar de seu trabalho em Parelheiros, na Zona Sul da cidade.
O incidente ocorreu na noite de sexta-feira, quando Guilherme foi atingido por um disparo enquanto aguardava um ônibus. O PM, que havia sido assaltado pouco antes, estava de folga e alegou ter se sentido ameaçado por indivíduos armados que tentaram roubar sua motocicleta. Ele se defendeu disparando contra os suspeitos, e durante a confusão, acabou atingindo Guilherme, que não tinha qualquer ligação com o assalto.
Após ser preso em flagrante sob a acusação de homicídio culposo, o policial pagou fiança e foi liberado. Sua defesa optou por não se manifestar publicamente, aguardando o desenrolar das investigações.
A viúva de Guilherme, Sthephanie dos Santos Ferreira Dias, expressou sua indignação, afirmando que a morte do marido foi um ato violento e injustificado, destacando que ele foi atingido pelas costas e de forma aleatória. "Ele era o único jovem negro no ponto de ônibus", argumentou, clamando por justiça e exigindo que o policial fosse responsabilizado por suas ações.
Testemunhas confirmaram que Guilherme havia terminado seu expediente na fábrica de móveis e estava a caminho de casa. A confirmação do horário da saída foi respaldada por registros do ponto eletrônico e pela comunicação que ele manteve com sua esposa, que relatou que ele nunca chegava atrasado em casa.
De acordo com as investigações, a Polícia Civil considera que Guilherme não estava envolvido no assalto, mas sim se dirigindo apressadamente para pegar o ônibus. Depois da análise inicial, a hipótese de legítima defesa foi afastada, levando à reclassificação do caso. A arma utilizada pelo PM, uma pistola Glock, foi apreendida para perícia.
O crime gera debate sobre a forma como as forças de segurança lidam com situações de risco e a necessidade de melhores práticas nas abordagens policiais. Guilherme, descrito por sua família como um homem dedicado à sua família e ao trabalho, deixa um legado de amor e planos não concretizados, como a expectativa de ter filhos e viajar com sua esposa.