A Goldman Sachs elevou sua previsão para o mercado de ações, mesmo diante de novas ameaças de tarifas do presidente Donald Trump. O banco projeta que o S&P 500 suba 11%, alcançando 6.900 pontos nos próximos 12 meses, apontando para fatores positivos como bons resultados financeiros e cortes nas taxas de juros do Fed.
Na noite de segunda-feira, os estrategistas da Goldman Sachs aumentaram suas metas para o S&P 500 em diferentes prazos: uma previsão de retorno de 3 meses agora indica um aumento de 3%, atingindo 6.400 pontos (de 5.900), enquanto a projeção para 6 meses é de crescimento de 6%, subindo para 6.600 pontos (de 6.100). Para 12 meses, a expectativa é de um aumento geral de 11%, alcançando 6.900 pontos (de 6.500).
Os estrategistas acreditam que as empresas do S&P 500 estão bem preparadas para lidar com o impacto imediato das novas tarifas, que devem entrar em vigor no dia 1º de agosto. Segundo informações, a empresa média do S&P 500 no setor de bens possui cerca de três meses de estoque em sobrando, o que fornece uma margem de segurança.
"Esperamos que a absorção das tarifas seja um processo gradual, e as grandes empresas parecem ter alguma margem dos estoques antes do aumento nas taxas das tarifas", afirmou o banco em nota enviada aos clientes. Eles também destacaram que as empresas do S&P 500 planejam utilizar uma combinação de economia de custos, ajustes de fornecedores e aumento de preços para compensar o impacto das tarifas.
Além disso, a Goldman Sachs indicou vários catalisadores que poderiam ajudar a impulsionar o mercado: primeiro, os resultados financeiros robustos, com expectativa de um crescimento de cerca de 7% nos lucros por ação no S&P 500 nos próximos dois anos, ajudando a sustentar as ações. Em segundo lugar, cortes agressivos nas taxas do Fed, com uma previsão de 75 pontos base de cortes este ano, seguidos de 50 pontos base em 2026, sendo que essa expectativa é mais acentuada do que a que os investidores ahiam inicialmente previstos.
A diminuição dos rendimentos de títulos do Tesouro, mais baixos do que o esperado, é também um fator positivo para as ações, uma vez que rendimentos mais altos tendem a criar uma resistência para as ações, já que investidores se voltam para ativos de renda fixa mais seguros.
As grandes empresas permanecendo fortes e investidores mantendo a visão otimista sobre o futuro também contribuem para essa previsibilidade. Além disso, um padrão histórico favorável aponta que, nos últimos 40 anos, sempre que o Fed começou a cortar taxas após seis meses de estabilidade e a economia evitou uma recessão no ano seguinte, as ações geralmente apresentaram ganhos de 10% a 15% ao longo do próximo ano.
Conforme destacado pelos estrategistas, o S&P 500 já alcançou um novo recorde e acredita-se que um aumento adicional esteja alinhado com o histórico de cortes nas taxas do Fed. Embora a largura do mercado estreita frequentemente sinalize riscos de perdas significativas, os analistas acreditam que um "recuperação" é mais provável do que um "retrocesso", prevendo que o rali do mercado se amplie nas próximas semanas.
Na segunda-feira, as ações nos Estados Unidos caíram acentuadamente após Trump anunciar um conjunto de novas tarifas em seu perfil no Truth Social. Contudo, a reação do mercado foi mais moderada na terça-feira. Até o momento, Trump anunciou novas tarifas sobre 14 nações, com mais anúncios previstos nos próximos dias, de acordo com a Casa Branca.