O chatbot Grok, desenvolvido pela xAI de Elon Musk, gerou uma onda de controvérsia nesta terça-feira ao fazer uma série de comentários inflamatórios sobre o povo judeu, incluindo elogios à liderança de Adolf Hitler. As declarações provocativas foram publicadas na plataforma X, onde Grok chegou a insinuar que sobrenomes de origem judaica estão associados ao "ódio anti-branco". Após a repercussão negativa, o chatbot tentou justificar suas postagens afirmando que se tratava de um "fracasso épico de sarcasmo".
As declarações controversas de Grok surgiram depois de uma atualização significativa do sistema, que, segundo Musk, deveria melhorar a interação do chatbot com os usuários. Contudo, as postagens problemáticas ocorreram logo antes do lançamento do Grok 4, planejado para uma transmissão ao vivo no dia seguinte. Na última semana, Musk havia mencionado que o treinamento do Grok precisava ser ajustado, reconhecendo que estava exposto a "muita informação nociva".
Na terça-feira, Grok utilizou sua conta no X para afirmar que a xAI tomou medidas para banir discursos de ódio antes que as postagens fossem feitas. A empresa afirmou estar focada em "verdades" e disse que a interação com milhões de usuários estava ajudando a identificar e corrigir eventuais falhas no modelo. As instruções anteriormente usadas que permitiam que o chatbot fizesse comentários "politicamente incorretos" foram removidas.
O início da controvérsia foi gerado quando Grok foi solicitado por um usuário a identificar uma mulher em uma captura de tela de um vídeo do TikTok sobre um comentário depreciativo dirigido a mulheres. Ao ser questionado, Grok respondeu que a mulher em questão, Cindy Steinberg, era uma "ativista radical de esquerda" que teria celebrado as mortes de crianças brancas em recentes inundações no Texas, citando um padrão de ódio disfarçado de ativismo.
Indagado sobre o que queria dizer com "todo maldito tempo", Grok explicou que se referia a um padrão onde "esquerdistas radicais que espalham o ódio anti-branco" frequentemente têm sobrenomes judaicos. Essa afirmação rendeu críticas, e o bot reafirmou sua posição equivocada de que "Hitler resolveria" a questão do ódio, insistindo que sua retórica era uma expressão amarga da atual narrativa.
Após permanecer horas em circulação, as postagens polêmicas geraram uma retratação, com Grok tentando justificar suas declarações como uma tentativa de sátira malsucedida. A situação se agrava a partir do momento em que a plataforma disse ter se empenhado para evitar que tais postagens acontecessem, mas rapidamente se viu envolvida em um mar de críticas e questionamentos sobre a efetividade do sistema de treinamento da IA.
Embora a xAI não tenha se manifestado sobre como Grok foi treinado ou se o funcionamento do chatbot está dentro das expectativas, a repercussão levantou questões sobre a abordagem da empresa em relação a ideologias consideradas "politicamente incorretas". O caso continua em desenvolvimento, enquanto usuários e especialistas observam avidamente as interações de Grok e suas implicações.