O uso do cartão de crédito corporativo pelos últimos três presidentes do Corinthians causa repercussão e entrará na pauta do Conselho de Orientação (Cori) em reunião marcada para a próxima segunda-feira. A revelação de gastos pessoais realizados por Andrés Sanchez em 2020 levanta questões sobre a utilização desse instrumento.
A pauta inclui a solicitação das faturas dos cartões da presidência durante as gestões de Andrés Sanchez, Duílio Monteiro Alves e Augusto Melo. A intenção é realizar um pente-fino nos gastos, com o objetivo de identificar eventuais usos irregulares que possam ter ocorrido.
A questão ganhou força nos últimos dias após Andrés admitir que utilizou o cartão da presidência para despesas pessoais. Ele alegou ter se confundido e se comprometeu a reembolsar o clube. A situação se agravou com a publicação de uma fatura nas redes sociais. Além disso, o ex-presidente mencionou a necessidade de investigar gastos relacionados a Fernando de Noronha, área onde o Corinthians não teve atividades durante o período em questão.
O encontro de segunda-feira marca o início de um processo investigativo que ficará a cargo da comissão de finanças do Cori. Um relatório com as constatações será elaborado e enviado ao Conselho Deliberativo e ao Comitê de Ética. Como ex-presidente, Andrés é membro nato do Cori e tem o direito de participar da reunião, caso opte por isso.
O uso do cartão corporativo já havia provocado a recomendação do Cori para a reprovação das contas de 2024 de Augusto Melo, entre outras razões. Em declarações anteriores, o Cori informou que não recebeu as faturas que foram solicitadas, o que gerou a necessidade de uma solicitação abrangente para todos os documentos das últimas três administrações. Isso visa garantir que todas as gestões sejam avaliadas de forma equitativa.
Referente a Andrés, as contas do ano de 2020 foram aprovadas, enquanto as de 2019 foram reprovadas. Na ocasião, houve um movimento para que o ex-presidente fosse excluído do quadro de sócios do clube, mas o processo foi arquivado sem a devida punição.