O porto de São Sebastião, localizado no Litoral Norte de São Paulo, está prestes a receber a primeira base offshore do estado. Essa estrutura é essencial para dar suporte às operações de extração de petróleo realizadas pelas plataformas em alto-mar, e sua instalação promete agilizar e reduzir custos no setor. Atualmente, o estado depende de bases localizadas no Rio de Janeiro, que estão distantes e operam no limite de sua capacidade.
A previsão para a instalação da base é de até três anos, e o projeto está sob análise da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. A proposta visa melhorar as operações na região da Bacia de Santos, conhecida por suas grandes reservas de petróleo e gás natural.
Segundo Ernesto Sampaio, diretor-presidente da Companhia Docas de São Sebastião, "há a necessidade de uma base em São Paulo, pela proximidade e economia de custos logísticos". A distância entre a base e as plataformas impacta diretamente nas despesas operacionais. Algumas plataformas estão a cerca de 300 quilômetros da costa, exigindo o envio constante de insumos, o que transforma essa logística em um fator de custo significativo.
As bases offshore desempenham papéis cruciais, como a troca de tripulação, transporte de insumos, alimentos, água e manutenção das plataformas. Sampaio explica que "quando há problemas com maquinário, a presença de uma base mais próxima pode acelerar a solução e minimizar custos". A base será construída dentro do porto, facilitando o abastecimento dos navios de supply, que são especializados em fornecer materiais e equipamentos para as plataformas.
O estudo que fundamenta o projeto foi elaborado por uma consultoria privada, que analisou aspectos como infraestrutura local e riscos envolvidos na implantação. O processo ainda passará pelo Ministério de Portos e Aeroportos e incluirá uma consulta pública e um leilão para a seleção da empresa responsável pela construção da base. A expectativa é de que toda a operação seja mais rápida, uma vez que a área já foi definida para essa finalidade, sem a necessidade de um longo processo de alocação.
Por fim, Sampaio conclui que os impactos ambientais causados pela instalação da base são considerados praticamente nulos, o que também contribui para a agilidade do processo de implantação. Com a crescente demanda de operações offshore no Brasil, a expectativa é de que essa nova base no Porto de São Sebastião traga benefícios significativos para o setor de petróleo e gás.