Durante sua permanência na Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa) em Irapuru, São Paulo, um jovem de 18 anos encontrou na escrita um poderoso meio de transformação e autoconhecimento, culminando no lançamento de sua obra "O Menino Sonhador". O livro se destaca por combinar elementos de ficção com experiências reais vividas pelo autor, que utilizou a literatura como uma forma de escapismo e libertação.
A história narra a jornada de um menino criativo que se aventura por mundos fantásticos, enfrentando medos e lidando com seus sentimentos de maneira inovadora. Através da narrativa, o personagem Carlos encontra figuras simbólicas como o "Mestre Soneca", a "Ira", o "Medo" e a "Alegria", que representam suas vivências e desafios pessoais. "Escrevo porque preciso, porque é assim que transformo a dor em força, a solidão em imaginação e o silêncio em palavras", disse o autor, sublinhando a importância da escrita em sua jornada.
O livro é resultado do apoio contínuo da equipe da Fundação Casa, que construiu uma relação de confiança com o jovem autor. Durante o processo socioeducativo, a equipe ajudou Lucas – um nome fictício utilizado para preservar sua identidade – a desenvolver tanto o texto quanto ilustrações, culminando em uma obra que reflete sua trajetória pessoal. Nancy Maria Mendonça da Silva, coordenadora pedagógica da instituição, elogiou a evolução do jovem: "O Lucas chegou com dificuldades emocionais, mas demonstrava grande interesse por histórias e a escrita. Ver esse trabalho concretizado é motivo de orgulho para toda a equipe".
A presidente da Fundação Casa, Claudia Carletto, ressaltou o significado da publicação: "O livro é um exemplo do potencial de transformação que a socioeducação pode oferecer. O Lucas nos mostra que sonhar é um direito de todos os adolescentes, e nosso papel é garantir que esses sonhos encontrem um espaço para nascer e florescer".