A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, e outros ex-dirigentes, incluindo Marcelo Mariano e Sérgio Moura, além do empresário Alex Cassundé. Os réus são acusados de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto, e o Ministério Público pede uma indenização de R$ 40 milhões ao clube.
O MP também solicitou à Justiça o bloqueio de bens das pessoas físicas e jurídicas citadas na investigação, que apura anomalias no contrato de patrocínio entre o Corinthians e a VaideBet. Segundo a denúncia, ficou evidente o percurso ilegal do dinheiro que saiu do clube para o pagamento da comissão de intermediação do contrato com a casa de apostas.
Essa investigação foi desencadeada pela Polícia Civil de São Paulo e pelo MP, após suspeitas sobre o esquema de patrocínio. O montante ultrapassou R$ 1 milhão e envolveu empresas falsas usadas para a lavagem de dinheiro. A partir de agora, ocorrerá um processo criminal completo, com audiências e produção de provas, culminando em uma decisão judicial.
Apesar do indiciamento, o ex-diretor jurídico Yun Ki Lee não foi denunciado. O MP opinou que ainda existem incertezas acerca de sua omissão e intenção em relação aos atos ilícitos. A trama criminosa é atribuída a uma associação entre os dirigentes do Corinthians e Cassundé, resultando em prejuízos de R$ 40 milhões ao clube, já que inclui multas pela rescisão de contrato com patrocinadores anteriores.
O contrato com a VaideBet, acordado em janeiro de 2024, previa um valor de R$ 370 milhões por três anos, mas involuntariamente trouxe à luz problemas como a intermediação contestável da Rede Social Media Design, vinculada a Cassundé, que deveria receber R$ 25 milhões, mas apenas recebeu R$ 1,4 milhão.
A investigação apontou que esse dinheiro passou por várias empresas, incluindo a Neoway, supostamente usada como testa de ferro, sem relação direta com a denúncia. A VaideBet rescindiu o contrato com base em uma cláusula anticorrupção, alegando danos à sua reputação. Conforme a investigação, chegou-se à UJ Football, que recebeu valores suspeitos relacionados à campanha eleitoral do clube.
A defesa de Augusto Melo se declarou contra as acusações, alegando ilegalidades e abusos processuais, além de contestar a competência das instituições envolvidas. Melo sustenta que é alvo de um processo ilegítimo e irregular e que tomará medidas judiciais para contestar as acusações.