A Tesla enfrentou um dos seus piores trimestres em uma década, registrando uma queda de 12% na receita em comparação ao ano anterior, totalizando 22,5 bilhões de dólares no segundo trimestre. Contudo, especialistas do setor permanecem otimistas, especialmente em relação aos planos de robotáxis da montadora. Segundo Elon Musk, a nova serviços de transportes autônomos da Tesla, que foi lançada recentemente em Austin, pode atender até metade da população dos Estados Unidos até o final deste ano.
No entanto, durante a chamada com analistas, Musk alertou que a empresa pode passar por "alguns trimestres desafiadores" devido a alterações nas tarifas e ao fim dos créditos fiscais para veículos elétricos nos EUA. Apesar desse cenário, a reação dos investidores e analistas sugere que muitos ainda veem potenciais crescentes na visão de Musk para um futuro repleto de inteligência artificial (IA), com quase 45% dos analistas que cobrem a empresa mantendo uma classificação de compra.
Joseph Spak, analista da UBS, enfatizou que o valor das ações da Tesla reflete uma luta constante entre o que a empresa é atualmente e o que pode se tornar. "Os otimistas continuarão a buscar evidências de progresso em IA e a sonhar alto", disse ele. Por outro lado, Dan Ives, analista da Wedbush Securities, reconheceu os desafios de crescimento que a Tesla deve enfrentar no restante do ano, mas apontou a volta de Musk como CEO em tempo integral como um fator otimista para a empresa.
Gene Munster da Deepwater Asset Management notou a frustração de investidores por não ter informações mais detalhadas sobre a implantação de robotáxis em Austin, mas reiterou que ainda acredita que a Tesla está em uma posição privilegiada na corrida pela autonomia. Já os analistas da Cantor Fitzgerald expressaram seu otimismo sobre a expansão do serviço de robotáxis e a produção em larga escala do robô Optimus, prevista para 2026.
Apesar das expectativas positivas em relação ao futuro, o desempenho atual da Tesla nas vendas de veículos elétricos foi considerado decepcionante até agora, com a empresa enfrentando uma queda nas entregas em comparação ao ano anterior, além de competição crescente e danos à marca decorrentes das incursões de Musk na política dos EUA. Os analistas da William Blair alertaram que o mercado para créditos regulatórios de emissões zero deve ser quase totalmente eliminado no futuro, o que pode complicar ainda mais a situação financeira da Tesla durante essa transição.
Na área financeira, instituições como a JPMorgan e a Morgan Stanley já ajustaram suas projeções para os lucros da Tesla nos próximos anos, prevendo uma queda nas vendas e advertindo que pode levar anos para a empresa lucrar com suas novas iniciativas, enquanto ainda lida com a transição para a autonomia. Apesar desses desafios, o foco em robôs e veículos autônomos permanece um ponto forte no discurso da Tesla, conforme a empresa busca se posicionar como líder nesse setor emergente.