A Universidade de Columbia, localizada em Nova York, anunciou um acordo que lhe custará mais de US$ 200 milhões, equivalente a cerca de R$ 1,1 bilhão, para encerrar investigações federais e restabelecer financiamentos suspensos pelo governo dos Estados Unidos. A decisão, publicada na quarta-feira (23), é parte de uma negociação com a administração do presidente Donald Trump, que tem focado críticas em várias instituições de ensino superior devido ao ativismo estudantil pró-Palestina.
No contexto deste acordo, a Universidade de Columbia reafirmou sua “autonomia e autoridade” sobre questões acadêmicas, como contratações de professores e admissões, apesar das exigências do governo. A instituição já enfrentou cortes significativos, sendo US$ 400 milhões — aproximadamente R$ 2,2 bilhões — retirados em março devido a protestos que ocorreram no ano anterior, que foram considerados insuficientemente geridos.
As tensões aumentaram após acusações de que a resposta da universidade a incidentes de antissemitismo e assédio a membros da comunidade acadêmica judia e israelense foi inadequada. Em decorrência do corte de verbas, a universidade comprometeu-se a realizar uma série de concessões, como a reavaliação de cursos sobre o Oriente Médio e o rompimento de relações com o grupo Columbia University Apartheid Divest, que critica as ações de Israel.
A secretária de Educação, Linda McMahon, revelou que o acordo exige que a Columbia tome medidas contra estudantes que tenham causado 'graves interrupções' nas atividades acadêmicas e que promova mudanças nas suas diretrizes acadêmicas para garantir uma diversidade de opiniões em seus programas de estudos. Além disso, a universidade se comprometeu a remover preferências raciais das contratações e a descontinuar programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).
Um dia antes do anúncio do acordo, a Columbia já havia tomado medidas punitivas contra estudantes envolvidos em um protesto pró-Palestina que resultou na ocupação da biblioteca principal da universidade em maio. Como parte do compromisso, a instituição deverá nomear um administrador dedicado a supervisionar o cumprimento do acordo e revisar os processos de admissão internacional.
Este embate em torno do financiamento federal reflete um padrão na administração Trump, que já tenta regular a ação de outras universidades, como Harvard, utilizando recursos financeiros como mecanismo de controle. Defensores dos direitos humanos criticam essa abordagem, apontando que ela pode violar princípios de liberdade acadêmica e de expressão.